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A regularidade é irregular


De acordo com o dicionário Aurélio, a palavra crise significa uma manifestação violenta e repentina de ruptura do equilíbrio; um estado de dúvidas e de incertezas; uma fase difícil e grave na evolução das coisas, dos fatos, das idéias; momento perigoso ou decisivo; estado de tensão e/ou de conflito; escassez de mão-de-obra; escassez de oferta; ponto de transição entre um período de prosperidade e outro de depressão; etc.

Sem dúvida, trata-se de um momento em que a confortável certeza da rotina agradável cede lugar ao desconforto desagradável da incerteza.

Nós costumamos ver esses momentos de transição como algo excepcional devido à nossa tendência de simplificar a vida em busca de uma confortável rotina, já que à medida que ficamos mais velhos, percebemos que a vida fica mais fácil, agradável e menos estressante quando ela é previsível.

Em grande medida, é por isso que buscamos sempre identificar aquilo que não muda de uma coisa para outra, achando que elas são eternas.

Devido a essa nossa tendência de sempre querer eternizar os bons momentos acabamos por ver o período de transição como algo irregular dentro de um processo regular.

A questão é que a irregularidade não é uma mera imperfeição em algo ideal ou apenas um detalhe num plano mais amplo. Mas, algo que integra a própria essência da matéria e da própria vida.

O que caracteriza a natureza é a impermanência dos fenômenos a qual se manifesta através do processo de transmutação, produzindo transformações cíclicas constantes e permanentes.

E todo ciclo, seja ele de que natureza for, é um fenômeno como outro qualquer e, portanto resultante de uma complexa e ampla rede de causas que se manifesta sob determinadas condições e se transforma num novo ciclo quando essas condições se modificam ou cessam.

Dessa forma, como tudo neste mundo é impermanente, ao surgir um novo ciclo, necessariamente, ele já tem de trazer no seu bojo a semente da sua própria autodestruição e transformação. De outra forma ele seria eterno e contrário à própria natureza.

É por isso que no código genético de todos os fenômenos já vem escrito todo o processo da curva de vida do ciclo. Até as estrelas nascem, crescem e morrem.

Crises financeiras existem desde que o atual sistema financeiro nasceu por volta do século XVII. De lá para cá já foram mais de 300, uma por década, em média.

Apesar disso, sempre ficamos surpresos quando uma crise ou mudança de ciclo nos afeta achando que se trata de uma anormalidade. Mas, como a natureza é toda feita de ciclos, então os momentos de transição ou de ‘crises’ são parte essencial da natureza.

Por outro lado, quando um ciclo termina, terminou. Não há nada o que se possa fazer para ressuscitá-lo.

E, se ele foi bom ou ruim, isso também é irrelevante. Ele é passado e não se pode mudar o passado. Ele é o que é.

Mas, o fenômeno dos ciclos é um espetáculo magnífico da natureza já que o fim de um ciclo significa necessariamente o início de outro.

E o mais importante é sempre o ciclo novo que está começando, porque ele é presente e, portanto, nele se pode agir e fazer, quem sabe, até mesmo a obra prima de nossas vidas.

A sabedoria no caso é perceber quando um ciclo está terminando ou terminou e se preparar da melhor maneira possível para o outro ciclo que está começando.

A única coisa que não se pode fazer, seja por omissão, comodismo, negligência, desleixo, medo, etc. é ficar tentando empurrar o fim do ciclo que terminou ‘com a barriga’, porque isso só produz frustrações para todas as partes envolvidas.

Quando um ciclo termina, não há alternativa: a gente vai ter de aceitar a mudança, sim ou sim.

A única questão é saber se nós vamos ser os agentes da mudança ou se ela vai se dar compulsoriamente.

Por outro lado, gostemos ou não, vamos ter de aprender a conviver com ciclos cada vez mais curtos e consequentemente, com as ‘crises’ geradas pelos momentos de transição que chegarão cada vez mais rapidamente em ondas sucessivas de comprimento também cada vez menor.

Alvin Toffler em seu ‘antigo’ livro ‘O Choque do Futuro’ apresentou os primeiros exemplos da rapidez crescente e sem precedentes da vida quotidiana moderna.

Viajamos mais e mais rápido; mudamo-nos com mais freqüência para novas residên­cias que são construídas e demolidas mais rapidamente; entramos em contato com mais pessoas e temos relacionamentos mais curtos com elas; no supermercado, na concessionária de automóveis e no shopping center, nos deparamos com uma série de escolhas entre estilos e produtos que eram desconhecidos no ano anterior e que provavelmente estarão obsoletos ou serão esquecidos no ano seguinte; novidade, transitoriedade, diversidade e aceleração são considerados a melhor descrição da existência civilizada.

Antes não era assim. O homem aprendeu a andar a cavalo, mas só depois de mil anos ele descobriu a roda e inventou a carroça. Hoje as transformações tecnológicas são muito radicais (tipo Tsunami) e ocorrem com uma freqüência e rapidez inimaginável.

No passado, o homem podia se amparar confortavelmente no aprimoramento evolutivo das experiên­cias já vivenciadas para sobreviver porque as transformações se davam lenta e sutil­mente. E mais importante: eram seqüenciais e evolutivas.

Feliz ou infelizmente, a maioria dessas transformações que estão se dando hoje não são mais seqüenciais e tampouco evolutivas, mas revoluteantes.

Assim elas não permitem ao homem utilizar-se do aprimoramento das experiências anteriores para lidar com elas.

No ‘longínquo’ 1962, o americano Thomas Kuhn publicou um livro chamado ‘A estru­tura das revoluções científicas’, o qual revolucionou para sempre os dogmas, certezas e convicções da comunidade científica.

Nesse livro ele afirmava que o progresso científico não estava mais se dando de modo cumulativo, ou seja, um cientista aperfeiçoando os postulados do cientista ante­rior.

Mas sim, por meio de saltos qualitativos, verdadeiras revoluções, no transcorrer das quais todos os axiomas estabelecidos eram abandonados e se adotava uma nova forma de ver as coisas.

Obviamente, essas transformações radicais que estão se dando hoje acabam alterando radicalmente a relação competitiva e a própria vida das empresas.

Entender o impacto profundo causado pelo aleatório em nossas vidas e na vida das nossas empresas talvez seja o maior desafio dos cientistas da atualidade.

A instabilidade e a incerteza são a tônica do mundo empresarial atual e é para tentar entendê-las e adaptar-se a elas que as melhores universidades do mundo como o Instituto de Tecnologia da New York University já oferecem cadeiras na área de engenha­ria do risco; o Instituto de Tecnologia da Califórnia, Berkeley, de teoria da aleatoriedade; a London Business School, de ciência das incertezas; etc.

Em grande parte a impressionante velocidade das transformações e a voracidade da concorrência é causa e efeito, ao mesmo tempo, do impressionante crescimento da população mundial.

Foram necessários dezenas de milhares de anos para o planeta terra atingir o primeiro bilhão de habitantes. Pouco mais de um século para chegar ao segundo. O terceiro veio em 1960; o quarto em 1975; o quinto em 1987; e o sexto pouco antes do ano 2000.

Mantido o ritmo atual, a população mundial só vai parar de crescer por volta de 2050, quando seremos mais de 9 bilhões dividindo o mesmo espaço.

Quando o Brasil ganhou o tricampeonato mundial de futebol em 1976, o refrão do hino criado para aquele evento era: ’90 milhões em ação, pra frente Brasil, do meu coração... ’

Bem, em 2010, apenas quarenta anos depois, a população mais que dobrou e por isso o hino do próximo mundial precisará mudar para: ‘200 milhões em ação... ’

E claro que essa multidão de gente está diariamente interagindo e provocando transformações econômicas e tecnológicas em busca da sobrevivência e dessa forma a concorrência acaba se espraiando por todos os lados.

Eu vejo a última crise que afetou seriamente o mundo como a ponta de um grande iceberg e apenas a primeira de uma sequência de grandes ‘ondas econômicas’ que irão nos apanhar daqui para frente.

E isso irá mudar radicalmente o nosso conceito de estabilidade, de segurança, de certeza e a acabará definitivamente com o nosso conceito de ‘conforto’ pois, para sobreviver nesse novo mundo que se avizinha, vamos ter de aprender a nos familiarizar com um mundo econômico e social, incalculavelmente mais instável que a própria natureza.

A irregularidade, a instabilidade, insegurança, e a incerteza serão o nome do jogo daqui para frente.

E, só quem aprendeu a aprender irá conseguir se adaptar rapidamente às profundas transformações que irão impactar seriamente a vida econômica e social.

Por exemplo, a "Etiqueta Inteligente" por radiofreqüência deverá aposentar o tradicional código de barras.

Engenheiros japoneses, em conjunto com a BBC, já estão desenvolvendo um televisor com definição 33 vezes maior que a alta definição existente hoje.

A coreana Samsung e a holandesa Philips estão lançando os primeiros televisores com imagem tridimensional.

Com o uso de lasers nas três cores básicas (azul, verde e vermelho), a Mitsubishi e outras empresas desenvolveram aquela que talvez seja a TV do futuro. Com luminosidade extraordinária, suas imagens podem ser vistas à luz do dia.

O Blu-ray da Sony venceu o HD-DVD da rival Toshiba numa guerra de gigantes que envolveu bilhões de dólares em P&D, mas dificilmente será utilizado como mídia de filmes que deverão ser baixados por download.

E como se isso não bastasse, o disco holográfico, desenvolvido pela GE, armazena 500 gigabytes (10 vezes mais que o Blu-ray), é do mesmo tamanho, mais fino e custa, proporcionalmente, menos que o disco Blu-ray.

A evolução da nanotecnologia está criando um volume impressionante de novas palavras, tais como: nanochip, nanocomputador, nanorrobôs, nano-cristais, nanodesastre, nanoeletrô­nica, nanofiltros, nanomáquinas, nanomanipulação, nanomateriais, nanoterro­rismo e nanotubos.

Cientistas da Universidade Harvard (EUA), criaram uma bateria (célula fotovoltaica) 200 vezes mais fina que um pêlo.

A nanotecnologia será responsável por processos revolucionários e de impacto na engenharia de tecidos orgânicos; no mundo das imagens médicas; na indústria têxtil; na fotônica; na eletrônica; na indústria automotiva; na cosmética; na purificação de águas; nos isolamentos térmicos; na conversão de energia; nas interfaces eletro neurais; e em novas formas de aplicação ou administração de medicamentos.

A nanotecnologia - manipulação da matéria em escala atômica para desenvolver novos materiais - é um setor que deve movimentar cerca de US$ 2 trilhões em 2012, e a China está determinada a conquistar o maior pedaço desse mercado.

O investimento da China em nanotecnologia já ultrapassou o de qualquer outro país depois dos Estados Unidos. Desde 1999, os gastos da China em pesquisa e desenvolvimento subiram mais de 20% por ano. Um incentivo maior veio do pacote de estímulo de US$ 585 bilhões, anunciado pelo governo este ano, que destinou US$ 17,5 bilhões para as atividades de P&D.

Recentemente, pesquisadores chineses desenvolveram um alto-falante com um milímetro de espessura a roupas que monitoram a saúde.

A superbanda larga, que já está disponível no Brasil, permite entrar num mundo no qual a TV, a internet e o cinema são uma coisa só.

Por enquanto, a oferta dos 100 Mbps é restrita e custa caro. Mas, como tudo no mundo digital, a tendência dos preços é derreter. No Japão já é normal o uso de 1.000 Mbps.

A NET está realizando testes em alguns bairros paulistanos e cariocas com redes de 60 Mbps, mas que podem atingir 300 Mbps.

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) regulamentou no dia 13/04/2009 a internet banda larga que poderá chegar à sua empresa e a sua casa de um jeito muito fácil: pela tomada de luz.

A velocidade de conexão desse tipo de tecnologia já começa com 20 megabits por segundo (Mbps) e os equipamentos de segunda geração alcançam incríveis 200 Mbps.

Embora a 3G ainda esteja em fase de maturação no mundo, começando a oferecer velocidades entre 3,6 e 7,2 Mbps, com a tecnologia High Speed Packet Access (HSPA), já surgem avanços experimentais com velocidades muito maiores, que vão a 50, 100 ou mais Mbps.

Diversas empresas já fizeram demonstrações de transmissão em velocidades de até 300 Mbps, com o uso da tecnologia LTE, do inglês Long Term Evolution.

Na prática, 300 Mbps significam a possibilidade de transmissão de até 15 canais de TV digital de alta definição, entre muitos outros serviços, via celular 4G.

A IBM projeta construir até 2013 o Kittyhawk, super-computador da próxima geração, a ser instalado sobre uma plataforma mundial que poderá hospedar praticamente toda a Internet do planeta.

Ao seu lado, o maior supercomputador atual, o Blue Gene/P, da própria IBM, parecerá um brinquedo.

É senso comum que nos próximos 2 ou 3 anos a comunicação com fio, em todos os níveis, será coisa do passado e que a transmissão por banda ultra larga e por microondas pelo sistema WiMax irá criar uma enorme revolução nos sistemas de comunicação de alta velocidade.

Algumas perguntas que os empresários se poderiam fazer hoje seriam:

  • Como essas e outras novas tecnologias poderão impactar o mercado?

  • Como elas poderão alterar o seu segmento?

  • Como essa revolução poderá mudar o comportamento das pessoas, e que novas necessidades surgirão e que ainda não estão sendo satisfeitas por ninguém?

  • Que novas oportunidades essas novas tecnologias de miniaturização e de comunica­ção ultraveloz e eficiente poderão trazer para as suas empresas?

O que se poderá fazer de diferente e que ninguém ainda está fazendo e que poderá ser relevante para o mercado a um preço compatível?

A escrita chinesa é baseada em símbolos gráficos que traduzem uma idéia completa, daí serem conhecidos como ideogramas ou ‘idéias em gráficos’.

O ideograma chinês kiki é chamado de ‘kiki’ e corresponde a idéia de ‘crise’. Como você pode observar, o kiki é formado por 2 ideogramas:

        1. O primeiro perigo, lugar perigoso, momento de perigo significa "perigo, lugar perigoso, momento de perigo", etc. e
        2. O segundo oportunidade significa "oportunidade".

Por sua vez, o ideograma da oportunidade ideograma da oportunidade também é formado por 2 outros:

         1. O primeiro estrutura, organização e trabalho representa a árvore e significa "estrutura", "organização" e “trabalho”.
         2. O segundo ação e realização transmite a idéia de "ação"e "realização".

Analisando o ideograma ‘kiki’ podemos inferir que no perigo também estão as oportunidades. Mas que a oportunidade é o resultado da ação e da realização de um trabalho organizado e estruturado.

Se analisarmos bem, os chineses são bastante sábios, pelo menos em relação ao conceito de crise. Afinal, as pessoas têm problemas e sabem que para resolvê-los precisam pagar pela solução.

Assim, onde houver um problema, também haverá uma oportunidade de se ganhar dinheiro, desde que se encontre uma solução lucrativa a um preço compatível com o tama­nho do problema.

E, o que não falta nos períodos de transição é muitos e grandes problemas a espera de muitas e grandes solu­ções!

Portanto, talvez tenha chegado a oportunidade que você tanto esperava para que o di­nheiro migre para as suas mãos.

Se sentir que precisa de ajuda para preparar sua empresa para os novos tempos, não hesite. Entre em contato conosco o mais rápido possível porque esta é a hora.

Consultoria é para isso mesmo: ‘ajudar as empresas a resolverem problemas inusitados, principalmente nos momentos de transição’.

 

Prof. Faccin

 

 
 

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