Como de praxe, meus textos
não são pequenos, porque eu os amplio e os aprofundo em
respeito aos meus leitores que merecem o meu melhor. E,
como o tema é importante para a sobrevivência das
empresas neste momento conturbado da vida econômica
brasileira, convido-o a ter um pouco de paciência, tomar
um tempinho e lê-lo agora. É importante.
As empresas são fenômenos resultantes de criações
humanas e como qualquer outro fenômeno elas também são
instáveis, mutáveis e inconstantes, ou seja,
impermanentes. Duram enquanto as condições que lhes
derem sustentação durarem. Transformam-se ou morrem
quando essas condições mudam ou cessam.
Como as empresas são seres inanimados, elas não têm
vontade própria e por isso não podem autodecidir o seu
destino. Quem decide por elas são os seus dirigentes.
Eles decidem o quê fazer (estratégico) e o como fazer
(logístico). E, dependendo do que decidem fazer e de
como fazer, as empresas podem crescer ou morrer.
Obviamente, se os dirigentes sempre decidissem certo, as
empresas cresceriam até atingir os Céus. Nunca
morreriam. Seriam eternas. Viveriam para sempre. Mas,
nesse caso até o próprio conceito de “equívoco” não
existiria.
Todavia, como nesta vida ninguém acerta todas (por isso
o conceito de equívoco existe...) mais dia menos dia,
algumas decisões essenciais tomadas equivocadamente
pelos dirigentes acabam por destruir as suas próprias
empresas.
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Na tabela ao lado, “Idade das empresas que morreram em
2012”, extraída do Censo das Empresas e Entidades feito
pelo IBT - Instituto Brasileiro de Planejamento e
Tributação observa-se que em 2012 metade das empresas
(49,48%) morreu com até 7 anos de vida.
Os motivos que levam à morte das empresas são os mais
diversos possíveis, como inexperiência no ramo,
desentendimento societário, cisão da empresa por
separação dos sócios e ou dos cônjuges, estratégia
mercadológica |
equivocada, baixa lucratividade, custos
financeiros elevados, despesas excessivas, capital
insuficiente, fraudes, morte do (s) fundador (es),
desentendimento entre os herdeiros, etc.
Mas, tudo isso se resume em uma única “causa mortis”:
decisões equivocadas dos dirigentes sobre escolhas
essenciais. Decidir empreender sem a necessária
experiência no ramo é uma decisão equivocada; escolher
um sócio inadequado é uma decisão equivocada; decidir
empreender sem capital suficiente é uma decisão
equivocada; misturar a vida financeira do dono com a
vida financeira da empresa é uma decisão equivocada;
contratar parentes, amigos, mulheres bonitas, etc. sem
que eles tenham a necessária competência para o
exercício da função, é uma decisão equivocada; não
profissionalizar a empresa é uma decisão equivocada; não
impor o sistema de meritocracia na empresa é uma decisão
equivocada, escolher mal o (s) sucessor (es) do fundador
(es) é uma decisão equivocada; e vai por aí afora.
Na conturbada década dos anos 1970 as empresas
sobreviviam menos tempo ainda, já que 60% delas morriam
com até 5 anos de vida.
Como neste momento o Brasil está passando por forte
turbulência política e econômica, isso nos leva a supor
que daqui para frente muitas empresas poderão morrer até
mais prematuramente do que na década de 70.
O resultado dessa desordem econômica, política, ética e
moral se reflete no último relatório do SERASA que
mostra que mais da metade (51%) das empresas atualmente
em operação no Brasil estão com o nome negativado junto
àquele órgão com dívidas somadas de R$ 92 bilhões,
Mas, mesmo em épocas de vacas gordas como a que o mundo
e o Brasil viveu na década passada, as empresas em geral
vivem pouco.
Como se pode observar na segunda tabela a seguir –
Idade
das empresas em atividade em 2012 – feita pelo mesmo IBT,
apenas 6,24% das empresas em atividade no Brasil em 2012
tinham mais de vinte (20) anos de idade e somente 1,98%
tinha mais que 30 anos. Incluindo-se aí as empresas
multinacionais e as empresas nacionais de grande porte.
Agora, é bom ter em mente que morte de empresas não se
dá somente entre as micros, pequenas e médias empresas.
E, também, não é um fenômeno exclusivo do Brasil. |
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No 40º Anuário de Maiores e Melhores Empresas da revista
Exame publicado em 2013, algo me chamou a atenção: das
500 maiores empresas instaladas no Brasil e listadas na
1ª edição de quarenta anos antes, 270 não existiam mais.
E, das 230 que ainda estavam vivas, apenas 87 ou 17%
continuavam figurando na lista das 500 maiores do 40º
Anuário.
Das 500 maiores empresas americanas listadas em 1994 na
revista Fortune, 153 ou 30% delas haviam desaparecido
apenas dez anos depois (2004). E, das 347 que
sobreviveram, 130 ou 37% fizeram uma dramática
transformação. Estamos em 2015. O que será que aconteceu
com as que sobreviveram em 2004?
Voltando às 6,24% das empresas com mais de 20 anos de
idade no Brasil, é senso comum que à exceção dos Bancos
que estão “nadando de braçada”, muitas dessas empresas
sobreviventes estão endividadas e/ou com enormes
passivos trabalhistas e tributários.
O Ministério da Fazenda divulgou no último dia 13
(13/10/15) uma lista com os nomes dos 500 maiores
devedores inscritos na DAU - Dívida Ativa da União. Os
débitos totais das empresas da lista somam R$ 392,3
bilhões de um total de R$ 1,4 trilhão inscrito hoje na
DAU (isso equivale a +- um ano de receita da União).
Desse total, apenas R$ 23,4 bilhões (1,67%) foi
recuperado pelo Executivo até agora.
Poucas empresas hoje em atividade no Brasil têm “cacife”
para encerrar suas atividades de uma hora para outra,
pagando todos os passivos trabalhistas, tributários,
quirografários e ainda saindo com algum sobrando ou
mesmo empatando.
Os passivos trabalhistas e tributários ainda dão para as
empresas irem empurrando com a barriga por um tempo na
justiça, mas com as taxas de juros praticadas no Brasil
de hoje, as dívidas com os bancos podem adquirir
proporções impagáveis rapidamente.
O problema maior é que as dívidas trabalhistas e
tributárias atingem os bens pessoais dos sócios e não
caducam nunca. São para o resto da vida. Isso significa
que o sócio que não tiver bens para quitar esses
débitos, nunca mais poderá ter qualquer coisa em seu
nome que o perderá. Nem mesmo um carro ou uma conta
bancária.
Agora, diante desse quadro perturbador de “mortalidade
prematura” das empresas brasileiras, a pergunta que cabe
é: porque os dirigentes erram tanto em suas decisões a
ponto de levarem suas empresas ao túmulo tão
prematuramente?
Obviamente, existem inúmeras razões para isso.
A meu ver, uma delas é que, diferentemente das empresas
cujo “oxigênio” que as mantém vivas é o dinheiro que
desconhece a palavra “sentimento”, os dirigentes são
humanos e por isso, mais de 90% das suas decisões que
envolvem dinheiro não são calculistas como seria
necessário para lidar com os números frios das empresas,
mas “IMPULSIVAS e INTEMPESTIVAS” baseadas no instinto,
nas intuições, nas emoções e nos sentimentos. E isso é
incompatível com a racionalidade gélida da equação
aritmética que determina a sobrevivência das empresas:
R
- D = L ou P. Ou, Receita menos Despesa é igual a Lucro
ou Prejuízo.
O Jorge Paulo Lehman se transformou no mais bem sucedido
empresário brasileiro (acionista majoritário da Ambev,
Burger King, Heinz, etc.), porque conseguiu controlar
bem os seus impulsos primitivos e passou a decidir
apenas com base na racionalidade fria dos números
financeiros das empresas.
Nas suas empresas reina a mais pura meritocracia: quem
atinge as metas permanece na empresa e pode ser
promovido, independentemente do tempo de casa. Quem não
atinge as metas pode continuar amigo, mas precisa seguir
sua vida em outro lugar para abrir espaço para que a
empresa contrate alguém que possa fazer o que precisa
ser feito para a empresa ganhar dinheiro e seguir
vivendo. Simples assim.
Uma segunda razão que costuma levar à morte prematura
das empresas é que temos uma tendência a acharmos que
nós e os nossos bens são eternos e que as coisas ruins
só acontecem com os vizinhos. Por isso, não nos
precavemos, como deveríamos.
Outra razão é a forma ABSOLUTISTA de decidir por parte
de muitos dirigentes que detém o poder absoluto nas suas
empresas. Como por norma eles não ouvem a opinião de
ninguém, por precaução os colaboradores nem se atrevem a
questioná-los ou mesmo sugerir-lhes algo.
E, isso é um perigo, porque por mais conhecimento,
prática, experiência e vivência que alguém possa ter,
isso não contempla todo o quadro. Aquilo que não se sabe
sobre alguma coisa é sempre muito mais abrangente do que
aquilo que se sabe.
É certo que quando as empresas são iniciantes e
pequenas, os problemas a serem resolvidos são pequenos e
de senso comum. Todavia, quando as empresas crescem, os
dirigentes se veem obrigados a resolverem problemas
inusitados e originados de inúmeras ciências complexas,
como administração da produção, administração
operacional, administração dos recursos humanos,
administração dos recursos de capital, comunicação,
branding, contabilidade, direito comercial, direito
societário, direito trabalhista, direito tributário,
economia tradicional, economia comportamental,
econometria, engenharia econômica, engenharia técnica,
marketing, organização e métodos, pesquisa e
desenvolvimento de novos produtos e serviços,
propaganda, psicologia, segurança, sociologia,
tecnologia da informação, tecnologia de redes, vendas,
etc., etc., etc.
E, como se isso fosse pouco, no dia a dia das empresas
acontecem coisas inauditas cujas causas verdadeiras nem
sempre são bem diagnosticadas pelos dirigentes. E, se
elas não são bem identificadas, as medidas tomadas para
saná-las não surtirão os efeitos necessários. E, às
vezes, acabam até agravando os problemas.
Não é por outro motivo que não seja a impossibilidade de
alguém ser capaz de lidar com tantas e tão complexas
ciências que a história é farta em mostrar que por trás
de todos os grandes presidentes sempre existiram
competentes assessores.
E, é por isso também que os dirigentes empresariais mais
sábios recorrem a boas assessorias, contábil,
jurídico/trabalhista, jurídico/comercial, econômica,
marketing, vendas, propaganda, etc. E, os dirigentes das
empresas de maior porte também se apoiam em Conselhos,
como o de Administração, Deliberativo, etc. que são
formados não apenas por experientes colaboradores
internos como também e principalmente por experientes
consultores externos.
Agora, se você comparar a idade da sua empresa com a
“Idade das empresas que morreram em 2012”
no quadro
acima, poderá ter uma boa ideia do percentual de
probabilidade que a sua empresa tem de continuar viva
nos próximos anos.
Todavia, da mesma maneira que a prática de uma vida
saudável orientada por bons médicos pode nos acrescentar
uns aninhos a mais e melhor, uma boa assessoria de
marketing e de vendas também pode ajudar sua empresa a
ter uma sobrevida maior e com melhor qualidade.
Dessa forma, se a sua empresa também estiver
atravessando um momento difícil nas vendas e nos lucros,
não perca tempo, peça ajuda. Mas, peça ajuda externa,
porque se internamente alguém soubesse como ajudar, já
teria ajudado e resolvido o problema, e a sua empresa
não estaria passando por esse momento difícil.
Mas, não perca tempo mesmo, porque como o ser humano é
muito adaptável, alguns dirigentes cujas empresas
começam a ter queda nas vendas e nos lucros vão
procurando se adaptar à situação cada vez mais
deteriorada na expectativa de que “dias melhores virão”
e quando decidem procurar ajuda já é tarde demais. Suas
empresas já estão em fase terminal.
Procurar ajuda quando a situação chega ao “ponto de não
retorno” é uma decisão equivocada. Uma decisão sábia é
pedir ajuda tão logo se perceba que a situação começa a
se turvar. E, mais sábio ainda é procurar assessorar-se
antes que a situação comece a se turvar, exatamente para
que não se turve.
É certo que mais dia menos dia sua empresa vai morrer,
porque nada é eterno neste mundo. Mas, também é certo
que a nossa assessoria poderá ajudá-lo a evitar que ela
morra em menos dias...
Prolongar a vida das empresas é o que nós temos feito há
17 anos para empresas iguais à sua. E, como nós temos
muito conhecimento, prática, experiência e vivência,
sabemos tudo o que precisa ser feito e por isso o
fazemos rápido e com baixos custos. Nossos honorários
são acessíveis às pequenas empresas.
Prof. Faccin
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