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Fazer o “arroz com feijão”. Bem feito!

 

Fazer o arroz com feijão; fazer a lição de casa; primeiro comer para depois filosofar; primeiro a obrigação, depois a diversão; ... “, apesar de serem expressões de senso comum, e também serem de bom senso, no dia a dia das empresas muito raramente os gestores priorizam fazer o essencial ou o “arroz com feijão”.

Em parte, isso é devido ao fato de que, para a maioria das pessoas, a “rotina” é enfadonha. E, em parte, porque no mundo de hoje, somos envoltos em um mundo de novidades que acabam por desviar a nossa atenção.

Mas, as empresas mais bem-sucedidas são aquelas cujos gestores resistem ao “canto da sereia” e se dedicam rotineira e espartanamente na priorização de fazer o “arroz com feijão”. Bem feito!

E, esse “arroz com feijão” é composto por APENAS três (3) atividades essenciais:

  1. Fazer;
  2. Vender; e
  3. Contar o dinheiro

Fazer

A tal da “missão” de uma empresa nada mais é do que ela “fazer” aquilo que se propôs a fazer para os seus clientes. Simples assim.

Fazer o que ela se propôs a fazer é a razão de ser da sua existência. E “fazer” bem feito é o caminho para ganhar dinheiro.

  • A missão da Apple é fabricar “produtos desejados de alta tecnologia”. E, ela ganha dinheiro porque os faz bem feito;
  • A missão do Wal-Mart é ser uma “revenda de baixo custo e baixo preço”. E, ele ganha dinheiro porque faz isso bem feito;
  • A missão do Google é fazer “um buscador rápido e eficiente de websites”. E, ele ganha dinheiro porque faz isso bem feito.

Essas empresas ganham dinheiro porque “fazem bem feito” o que se propuseram a fazer aos seus clientes e usuários. E crescem cada vez mais, porque ao “fazerem bem feito”, o próprio “bem feito” conquista novos clientes por si só, graças à divulgação “boca-a-boca” dos clientes satisfeitos.

Vender

A Mercedes Bens faz carros bem feitos. Mas a BMW e a Audi também o fazem. E nesse caso o “boca-a-boca” se equivale.

Então, embora importante, não se pode depender apenas do “boca-a-boca” para crescer, porque nos dias de hoje a tecnologia deixou de ser privilégio de uma empresa qualquer. Virou commodity e está disponível para todos os competidores.

Portanto, além “fazer bem feito” é preciso ter competência para “vender” também através de outros meios de comunicação pessoal e impessoal, além do “boca-a-boca”.

Contar o dinheiro

Qualquer empresa se resume a números antecedidos de cifrões. O resto é pura bobagem. Sem dinheiro não se faz empresa.

Por isso, de nada adianta a empresa fazer bem feito e ser competente para vender, se ela não souber contar o dinheiro.

Se ela não souber contar exatamente todos os seus custos, não souber contar exatamente o lucro ou prejuízo, não souber contar exatamente o que tem a receber e a pagar, não souber contar se o capital investido está sendo remunerado adequadamente ou não, etc. essa empresa pode estar em “rota de colisão” “sem saber”...

“Fazer”, “vender” e “contar o dinheiro” são as três atividades essenciais de qualquer empresa: Tudo o mais é acessório.

Portanto, não perca tempo e dinheiro. Procure dedicar-se de corpo e alma a fazer bem feito aquilo que a sua empresa se propôs a fazer pelos seus clientes; monte uma equipe competente para vender; e conte o dinheiro. Isso é tudo. O resto é balela.

Estudo de caso: empresa de Monitoria de Alarmes

Missão ou razão de ser da sua existência: Monitorar Alarmes (obviamente...).

Ficção do “Fazer” ou do como deveria ser feito a monitoria dos alarmes:

Para “fazer bem feito” o monitoramento, a empresa precisaria:

  • Precisaria ter uma equipe de “consultores de segurança” que entenda profundamente de segurança e de tecnologia de segurança e que esteja altamente capacitada para fazer projetos perfeitos à medida exata das necessidades de segurança dos clientes;
  • Precisaria utilizar-se de equipamentos e dispositivos de alarmes de primeira linha;
  • Precisaria utilizar-se de insumos e acessórios de instalação da mais alta qualidade;
  • Precisaria ter uma equipe de instaladores o mais bem preparada possível para instalar corretamente esses equipamentos e dispositivos;
  • Precisaria ministrar treinamento de alto nível para os usuários poderem usar e tirar o melhor proveito possível do sistema adquirido;
  • Precisaria ter uma Central de Monitoramento moderna com eficiente software de monitoramento;
  •  Precisaria manter o cadastro atualizado dos clientes;
  • Precisaria ter um operador de BI do programa de monitoramento capacitado para detectar em tempo real os principais problemas nos sistemas instalados e providenciar os reparos;
  • Precisaria ter um sistema gerador de energia elétrica capaz de manter a Central funcionando ad eternum em caso de falta de energia;
  • Precisaria ter uma Central de Monitoramento alternativa em outra cidade e de preferência em outro Estado (em parceria com outra empresa), que pudesse entrar em ação imediatamente caso ocorresse algum acidente na sua Central, como queda de raio, incêndio, sabotagem, assalto, problemas nas comunicações, etc.;
  • Precisaria ter uma equipe de operadores muito bem treinada e altamente disciplinada para desenvolver um trabalho padrão e que não colocasse em risco a segurança dos clientes;
     
  • Precisaria ter uma equipe de verificadores de alarmes altamente capacitada não apenas para lidar com eficiência em situações delituosas, mas também e principalmente para detectar problemas no sistema e orientar o departamento técnico sobre as desconformidades que encontra no local por ocasião da vistoria para contribuir com a precisão dos trabalhos da assistência técnica;
  • Precisaria que essa mesma equipe de verificadores de alarmes fosse qualificada para orientar os usuários sobre o boa utilização do sistema; orientar os novos usuários sobre o funcionamento do sistema; cadastrar e trocar senhas; alterar a temporização da zona de entrada, considerando os tempos necessários pelos usuários mais lentos, para evitar disparos desnecessários, etc.
  • Precisaria ter uma equipe de técnicos capaz de resolver com rapidez e eficiência os problemas que surgem nos sistemas instalados;
  • Precisaria ter uma equipe de pós-vendas especializada para atender aos clientes em todas as suas necessidades atuais e futuras de segurança.



Realidade do “Fazer” da maioria das empresas de monitoria de alarmes:

Não é preciso descrever, porque qualquer um que seja do ramo conhece de sobejo a realidade do setor. Os 99,9% de alarmes falsos que normalmente chegam às Centrais de Monitoramento das empresas dizem tudo.

Resultado: uma empresa com dez anos ou mais de existência sempre tem mais “ex-clientes” do que clientes ativos.

O cálculo é bastante simples de fazer: se a empresa tiver 1% de perda mensal de clientes (taxa tida como normal no segmento), em bem menos de dez anos ela girou toda a carteira de clientes.

Alguns gestores se iludem com o resultado da tal da “Pesquisa de Satisfação” feita por telefone pela telefonista ou por um “menor aprendiz”.

Para servir ao propósito de melhoria do “Fazer bem feito” a “Pesquisa de Satisfação” precisa ser substituída pela “Pesquisa de Insatisfação”.

A questão é que gente só aprende com os erros e não com os acertos. Por isso, uma pesquisa séria e bem-feita junto aos “clientes insatisfeitos...”, e com mais acuidade ainda, junto aos ex-clientes, pode permitir à empresa aprender alguma coisa que permita melhorar a maneira de fazer o que está se propondo a fazer.

Ficção do “vender” da maioria das empresas de monitoria de alarmes:

Qualquer empresa que atue num ambiente altamente competitivo, como é o caso da monitoria de alarmes, precisa ter um excelente departamento de “inteligência de marketing”; ser assessorada por uma “criativa agência de propaganda”; e ter uma “equipe de vendedores técnicos” especializada em atender aos pedidos de orçamentos e, separadamente, uma “equipe de vendedores técnicos” altamente especializada em prospecção de clientes novos”.

Equipes separadas, porque são atividades completamente distintas e que exigem vendedores com perfis também distintos. O “approach” ou a abordagem e os argumentos a serem utilizados são diferentes em ambos os casos.

O cliente que pede orçamento está querendo comprar e salvo ele ter chegado à empresa por indicação, geralmente pede orçamento para mais de uma empresa. Então, o vendedor (reativo) precisa ter muita habilidade para lidar com a concorrência para que o cliente prefira comprar da empresa dele.

Já o trabalho a ser desenvolvido num cliente que foi abordado sem estar pensando em comprar é completamente diferente. As técnicas de abordagem e as técnicas de vendas para despertar o interesse e o desejo do cliente em comprar da empresa são outras.

Igual, ambas as equipes, além de terem de ser exaustivamente treinadas em tecnologia de segurança, ainda precisam ser altamente treinadas em técnicas avançadas de vendas, com rígidas metas a serem alcançadas, para que a relação “custo de marketing para a conquista de novos clientes” versus “margem de contribuição dos novos clientes conquistados” seja positiva. Ou seja, as equipes precisam ser preparadas adequadamente para serem capazes de trazer muitos novos clientes lucrativos para a empresa.

Realidade do “vender” da maioria das empresas de monitoria de alarmes:

Também não é preciso descrever, porque quem é do ramo conhece de sobejo a realidade do setor.

Em geral, as empresas estão mal preparadas até mesmo para atender aos pedidos de orçamento que chegam aos seus departamentos de vendas.

Na realidade, raras chegam a ter vendedores na acepção estrita do termo. A maioria tem um ou outro orçamentista mal treinado tecnicamente apelidado de “Consultor de Segurança”, “Gestor de Segurança”, “Executivo de Segurança” e outros apelidos mais.

O resultado é a ladainha de sempre: “perdi a venda por causa do preço baixo da concorrência”.

Ficção do “contar o dinheiro” da maioria das empresas de monitoria de alarmes:

A melhor ferramenta que existe para contar dinheiro, é a contabilidade desmembrada por centros de custos. Sem o quê, os gestores não têm como saber com precisão:
 

  1. Se a empresa é “lucrativa” (resultado operacional);
  2. Se tem “liquidez” (fluxo de caixa); e
  3. Se é “rentável” (remunera o capital investido adequadamente).


Esse sistema contábil precisa ser complementado com um bom programa de gestão para gerir eficientemente todas as atividades extracontábeis e que, portanto, não envolvem circulação de dinheiro, bens, direitos, haveres e deveres, mas apenas afazeres.

Realidade do “contar o dinheiro” da maioria das empresas de monitoria de alarmes:

Devido a que os impostos são muito elevados no Brasil, a maioria das empresas tenta fazer alguma “mágica” para pagar menos imposto. A imaginação corre solta: “PF”, “Caixa 2”, “Planejamento Tributário”, “Laranjas”, “Pagamento de comissão PF”, “Pagamento de parte do salário PF”, e vai por aí afora.

Com isso, a administração de custos vai para o brejo. A administração não consegue saber mais o que está dando lucro e o que está dando prejuízo.

Na realidade, a empresa consegue economizar alguns trocados pagando menos impostos de um lado, mas de outro perde completamente o controle econômico e financeiro da empresa. Sem falar que, por via de regra, em muitos casos, vai avolumando um passivo trabalhista que pode se tornar impagável no futuro.

A experiência demonstra que essas práticas geralmente acabam fazendo as empresas perderem mais do que ganharem. Por isso, poucas dão lucro.

A contabilidade, essa imprescindível ferramenta para contar e controlar o dinheiro passou a ser feita apenas para o fisco ver. Perdeu completamente sua função precípua.

A maioria das empresas tenta substitui-la pelos programas de gestão porque, teoricamente, estes estão fora do alcance do fisco.

Mas, esses programas não têm como substituir a contabilidade, porque eles são pensados e desenvolvidos precipuamente para controlar as atividades extracontábeis que não envolvem a circulação de dinheiro, de bens, de direitos, haveres e deveres da empresa.

Qualquer incursão deles no controle de dinheiro não tem o mesmo efeito, porque são de partidas simples e não dupla como a contabilidade. Ou seja, não têm como acompanhar adequadamente o fluxo do dinheiro, dos bens, dos direitos, haveres e deveres dentro da empresa e na sua interação com o mercado.

Por outro lado, com os controles eletrônicos atuais do governo, hoje nenhuma empresa está mais fora do alcance do fisco que nem precisa checar a contabilidade para autuar uma empresa.

No caso de uma empresa de monitoria de alarmes, basta confrontar a lista de clientes monitorados com os clientes faturados e pronto... ou, basta confrontar a relação de boletos emitidos com as faturas emitidas e.… pimba!

Aviso aos navegantes: com a implantação do e-Social (Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas) em 2018, associado à Nota Fiscal Eletrônica e aos outros sistemas de controle do SPED e das informações ao Fisco sobre as movimentações bancárias dos contribuintes, dificilmente uma empresa vai conseguir burlar o fisco.

Aquela velha prática de descarregar despesas numa empresa do grupo que opera no lucro real esvaziando as despesas da outra que opera pelo lucro presumido, tem seus dias contados.

De um lado, pelo CNPJ, os computadores do fisco já estão separando para fiscalização aquelas empresas do lucro presumido que entre receita e despesa apresentam uma diferença superior aos 8% no caso de comércio e de 32% no caso de serviços. A Receita Federal espera arrecadar este ano R$ 6 bilhões de impostos com essa varredura (o Governo está desesperado por dinheiro...):

Por outro lado, corre no Congresso um Projeto de Lei que, simplesmente irá cobrar Imposto de Renda adicional aos 8% e aos 32%. Ou seja, “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.

Logo, o melhor é (enquanto ainda é tempo) tratar de regularizar completamente a empresa para passar a ter controle total sobre o lucro operacional, a liquidez e a rentabilidade.

E, se a empresa não estiver dando lucro, bastará fazer o “arroz com feijão bem feito” (fazer, vender e contar o dinheiro) que o lucro deve voltar a aparecer.

E, se precisar de ajuda para botar tudo isso em ordem e fazer a sua empresa dar lucro, conte conosco. Afinal, consultoria é para isso mesmo: ajudar as empresas a resolverem problemas não usuais.

Nos últimos 19 anos que nos especializamos no setor, já ajudamos centenas de empresas iguais à sua em todo o Brasil na eliminação de desperdícios, racionalização de custos, aumento das vendas, aumento dos preços e aumento dos lucros.



Prof. Faccin


 

 
 
 
 
 

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