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O desafio é grande, complexo e urgente
 

Para sobreviver ao período difícil que se avizinha as empresas precisarão racionalizar custos (diferente de cortar ou reduzir), transformar a “mão de obra” em “neurônios de obra” e redirecionar os investimentos para a inteligência de marketing, vendas e propaganda.

Obviamente, como o desafio é grande e complexo, este texto não poderia ser pequeno e simples. Afinal, meus leitores merecem o meu melhor. E como é urgente, convido-o a lê-lo agora e a meditar o máximo que puder sobre ele.


Até hoje muita gente se pergunta quais foram os motivos que levaram a economia mundial a crescer espetacularmente na década passada dos anos 2000, levando a tiracolo a economia brasileira.

Uns acham que a responsável foi a China com seu crescimento anual de dois dígitos. Aqui no Brasil, os mais devotos do petismo acreditam que foi por obra do “Lula”.

Mas, não foi nada disso. O start up desse boom de crescimento foi a liberação da internet para uso público em 1993. Sendo que, ao transformá-la em negócio nos anos que se seguiram, os gênios do Vale do Silício na Califórnia redesenharam a forma pela qual as pessoas e as organizações de todos os tipos passaram a se comunicar, trabalhar, inovar e viver. Uma transformação fantástica em curtíssimo espaço de tempo.

Associada à expansão da banda larga, da telefonia móvel, do e-mail, da tecnologia digital, etc. a internet permitiu às empresas e as pessoas se tornarem muito mais eficazes e eficientes de uma hora para outra, alterando significativamente a escala de produtividade mundial.

Por ser muito simples de usar (falar ao celular, acessar a internet, mandar um e-mail, um SMS, etc. não requer grandes conhecimentos) esse conjunto de novas ferramentas tecnológicas desencadeou um fantástico processo em cadeia que se disseminou rapidamente pelo mundo, fazendo com que a economia mundial crescesse de forma extraordinária de uma hora para outra.

Só para se ter uma ideia, em 2012, afora as vendas B2B pela internet em todo o mundo, só as vendas varejistas pelas lojas virtuais ultrapassaram a marca de um trilhão de dólares, segundo estudo da empresa de pesquisa de mercado eMarketer divulgado no dia 05/02/2013. Esse canal auxiliar de vendas não existia antes do advento da internet.

Afora as demais redes sociais, só no Facebook são feitos outros mais de dois trilhões de acessos mensalmente e isso alterou completamente a maneira como as pessoas se comunicam, interagem e trocam informações.

O conhecimento se tornou disponível a um clique do mouse. Afora os demais sites de buscas na internet, mais de dois trilhões de perguntas são feitas mensalmente ao Google. A quem perguntávamos essas coisas A. G.? (Antes do Google).

Todavia, os ganhos espetaculares de produtividade gerados por esse conjunto de novas tecnologias já produziram os resultados que poderiam produzir.

Hoje, todo mundo já se comunica por voz e por dados em alta velocidade através de equipamentos fixos e principalmente portáteis; todas as empresas já têm sua página na Internet facilitando a sua comunicação com o mercado; a maioria das empresas que poderia efetuar vendas online, já o está fazendo; etc.

Agora, a menos que surja de uma hora para outra alguma nova tecnologia inusitada que permita dar à economia mundial um novo e importante empuxe, o crescimento econômico daqui para frente deverá ser pequeno e lento.

Chris Anderson em seu livro Makers - Uma nova revolução industrial – acredita que em breve a popularização da impressora 3D irá mudar a maneira como as pessoas irão fazer as coisas. Para ele, “se os últimos 10 anos foram de descobertas de novas maneiras de criar, de inventar e de colaborar na Web, os próximos 10 anos serão de aplicações desses ensinamentos no mundo real”. A avalanche de desenhos industriais que serão postados grátis na web irá permitir a todas as pessoas ao redor do mundo fabricar em suas casas muitos produtos, equipamentos e acessórios a custo reduzido.

O quê está acontecendo no Brasil que irá mudar o futuro imediato.

Se a previsão do Chris Anderson vai se dar ou não, só o tempo dirá. Todavia, enquanto nada de novo acontece, sem ser alarmista, mas realista como convém a um consultor empresarial sério, vamos ver o que nos espera no nosso Brasil e o que se pode fazer para sobreviver às dificuldades econômicas que iremos encontrar daqui para frente. Como diz o dito popular “prevenir é melhor que remediar”...

É senso comum que os fundamentos da economia brasileira se deterioraram muito nos últimos anos e por isso, seja quem for o novo Presidente que irá ser empossado daqui a 18 meses, sim ou sim, terá de botar ordem na desordem político-econômica que se instalou no Brasil. O quê, desde já, sabemos tratar-se de uma tarefa difícil devido às novas exigências da classe média brasileira, expressas nas últimas manifestações de rua.

Devido essencialmente aos gastos extravagantes do governo, as contas públicas vêm se deteriorando assustadoramente, impedindo que se atinja um superávit primário de 3,2% do PIB necessários para o pagamento dos juros da dívida pública. Dessa forma, a dívida vai continuar aumentando ainda mais a cada ano.

Devido a essa irresponsabilidade fiscal, o Risco-Brasil ou spread cobrado pelos investidores para comprar títulos da dívida brasileira subiu 37% de 1º de maio a 13 de junho, passando de 170 para 226 pontos centesimais. Isso significa que para cada 1% de juros pagos ao ano pelo governo americano para vender seus títulos, o Brasil precisará pagar 2,26%. E, como o Federal Reserve já anunciou que irá aumentar os juros, o estrago na dívida pública brasileira será bastante grande, seja porque teremos de pagar mais juros, seja porque os investidores irão preferir comprar os títulos do tesouro americano.

Os reflexos da incerteza sobre o futuro econômico do Brasil se fazem sentir diretamente no mercado de ações. No primeiro semestre deste ano o índice BOVESPA da Bolsa de Valores de São Paulo caiu 22%. E se compararmos apenas os primeiros semestres de cada ano, o de 2013 é o pior em 42 anos quando em 1972, por ocasião da crise do petróleo, o índice caiu 31,44%.

Nos últimos 10 anos quase nada se fez para modernizar a infraestrutura portuária, aeroportuária, rodoviária, ferroviária, energética, etc. e devido a isso, a produção agrícola e industrial paga hoje um altíssimo preço em termos de dinheiro e de tempo para ser transportada, reduzindo drasticamente a sua capacidade competitiva. Custam 25% menos transportar uma tonelada de produtos da China para o Brasil que de Manaus para São Paulo.

O Custo Brasil juntamente com o real valorizado dificulta o aumento da produção via exportações. Todavia, se por um lado o custo Brasil não tem como ser reduzido no médio prazo, por outro lado, se o governo desvalorizar o real, aumentará os custos dos insumos importados elevando ainda mais a inflação. E, se para controlar a inflação o Governo reduzir as taxas de importação, como está pensando fazer o Ministro Mantega, aumentará o déficit da balança comercial, aumentando a dívida externa.

Por sinal, a balança comercial brasileira registrou um déficit de US$ 3 bilhões no primeiro semestre deste ano. E, de acordo com dados oficiais, trata-se do pior resultado para os primeiros seis meses em 18 anos.

Como a demanda interna já está superando a oferta (daí em parte o problema da inflação) não há mais como aumentá-la e como se isso não bastasse, não há mais como ampliar a demanda porque as famílias brasileiras já estão muito endividadas e não têm mais como seguir comprometendo as remunerações futuras.

O tal do “bolsa sofá”, como está sendo apelidado o programa “Minha casa melhor”, nova jogada de marketing recentemente criada pelo o Governo Dilma, provavelmente será a pá de cal que faltava para sepultar de vez o estímulo ao consumo exacerbado via financiamento abundante e fácil.

As commodities agrícolas vão continuar ajudando nas exportações, mas com a queda da demanda industrial global, inclusive da China, o preço das commodities minerais não deverá ser o mesmo de antes.

O Brasil já começou a sentir a concorrência com o baixo custo do gás de xisto americano, que em três anos ficou 80% mais barato que o gás natural no Brasil. E, está fazendo o País perder ou adiar bilhões de dólares em investimentos.

Indústrias que têm até 35% de seus custos no gás, como cerâmica, vidro, petroquímica e química, perderam competitividade, aumentaram as importações e estão migrando investimentos para os Estados Unidos. "Uma fatia importante do setor está com o forno desligado. Estamos perdendo competitividade. O risco é a produção nacional ser substituída pela importada", diz o superintendente da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos (Anfacer) Antonio Carlos Kieling.

Hoje, o custo do gás de xisto nos EUA fica em torno de US$ 2,75 por milhão de BTUs enquanto no Brasil custa em torno de US$ 14,00!

Como se esses problemas econômicos fossem poucos, o governo tratou de inflacionar também o custo da mão de obra complicando as planilhas de custos das empresas.

Enquanto a inflação medida pelo IPCA de 2000 até 2012 foi de 226%, o salário mínimo subiu 449% e com isso empurrou toda a massa salarial para cima.

Não fosse assim, o empregado que tinha qualificação para ganhar o equivalente a dois salários mínimos (100% a mais) no ano 2000, se tivesse o seu salário reajustado exclusivamente pela inflação, em 2012 estaria ganhando apenas 0,68% a mais que o salário mínimo.

Como não é normal o indivíduo aceitar perder status, todos os empregados que ganhavam mais que o salário mínimo, lutaram para manter a diferença proporcional e com isso acabaram sendo reajustados, não exatamente na mesma proporção, mas também muito acima da inflação.

Isso não seria problema se esse aumento dos salários fosse compensado com um aumento equivalente da produtividade dos empregados, ou seja, se a mesma quantidade de empregados produzisse 449% mais em 2012 em relação a 2000.

Mas, não foi isso o que se deu. Segundo a revista Exame de 26/06/2013, enquanto o salário real médio aumentou 20% entre 2007 e 2012, a produtividade da mão de obra aumentou apenas 6,7% resultando em encarecimento da produção de um lado e inflação de outro.

A produtividade do empregado brasileiro é tão baixa que na média, ele precisa de mais de cinco dias para produzir o mesmo que o empregado americano produz em apenas um dia. Isso faz com que, mesmo ganhando menos, represente um custo muito maior no faturamento das empresas.

O problema da mão de obra no Brasil se tornou verdadeiramente sério, porque quase 70% do PIB são produzidos pelas empresas prestadoras de serviços, sendo a maioria do tipo simples, que só cresce incorporando mais mão de obra.

Devido ao crescimento econômico gerado pelo advento da internet de um lado e pela introdução do Imposto Simples em 1996 de outro, em 16 anos (até 2010) foram formalizados mais de 20 milhões de empregos no Brasil, trazendo a taxa de desemprego a níveis equivalentes ao do pleno emprego.

Não há mais mão de obra qualificada disponível para ser incorporada ao processo produtivo. Falta de tudo, de médicos e engenheiros a faxineiros e empregadas domésticas.

Como se isso não bastasse, os gráficos abaixo mostram que, apesar de a população brasileira estar crescendo, a taxa média anual vem despencando.

Enquanto na década dos anos 50 a população crescia a uma taxa de 2,99% ao ano, na década passada cresceu apenas 1,02% em média por ano. Foi por isso que em dez anos a população cresceu apenas 12,3%.


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O resultado disso foi o que se viu no ano passado, apesar de o PIB ter crescido menos de 1% houve total escassez de mão de obra qualificada disponível no mercado. Imagine o caos que seria se tivéssemos crescido 3% ou 4% como o governo achava que seria possível?

Não é por outro motivo que não seja pela absoluta escassez de mão de obra de todos os tipos de um lado e de uma baixa taxa de investimentos de outro (apenas 18% do PIB) que não será possível termos um crescimento importante do PIB para este e para os próximos anos.

Da mesma maneira, não vejo como as empresas fornecedoras de mão de obra terceirizada, que pela própria característica do negócio são do tipo mão de obra intensiva (só crescem com a incorporação de mais mão de obra) podem continuar vendendo um produto que não existe mais. Ou seja, vendendo o que não é mais possível entregar. É hora de focar na venda de tecnologia.

Devido aos elevados custos da mão de obra brasileira, centenas de indústrias do tipo mão de obra intensiva já migraram ou estão migrando para o vizinho Paraguai.

Os setores mais visados são autopeças, confecções, calçados e plásticos. Na maior parte dos casos, a estratégia é a mesma: os insumos são importados da China, a manufatura é feita no Paraguai e o produto é vendido no Brasil.

Está se tornando cada vez mais comum vermos marcas conhecidas como Buddemeyer, Penalty, Adidas e Fila serem vendidas por aqui com etiquetas "made in Paraguai".

Nas confecções paraguaias, os salários médios são cerca de 20% mais baixos que no Brasil, o que, junto com uma legislação trabalhista menos onerosa e mais flexível, se transforma num ímã para os setores produtivos intensivos utilizadores de mão de obra.

Estudo realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) mostra que o custo de produção de uma calça jeans no Paraguai é 35% inferior ao do Brasil.

Na década passada, só grandes companhias corriam o risco de se instalar no país vizinho. Agora, a maior parte dos investimentos é de pequenas e médias empresas, variando de US$ 1 milhão a US$ 12 milhões, como aponta o Centro de Análise e Difusão da Economia do Paraguai (Cadep).

O quê fazer para manter o crescimento e a lucratividade da sua empresa nesse período difícil que teremos pela frente.

Diante desse intrincado quebra-cabeça, a empresa que quiser continuar tendo um crescimento sustentado terá de investir agora (enquanto ainda tem fôlego para isso) em:

1. Racionalização de Custos.

2. Inteligência de Marketing.

3. Transformação da mão de obra em “neurônios de obra”.

4. Ampliação da equipe de vendas.

5. Propaganda inteligente.

1. Racionalizar custos é muito diferente de reduzir ou cortar custos.

É senso comum que os grandes custos são similares para todos os concorrentes, por isso para se conseguir alguma redução importante sem afetar a qualidade dos produtos ou serviços e o desempenho nas vendas é necessário trabalhar com filigranas. Daí a necessidade de se racionalizar os custos e não cortar ou reduzir.

Para racionalizar custos é preciso mapear e reavaliar inteligentemente todo o processo operacional para eliminar as etapas desnecessárias que agregam custos, mas que não agregam valor; repensar a maneira de fazer as etapas necessárias que agregam custos sem agregar valor; e também tornar mais eficientes as que agregam custos e valores.

Racionalizar custos é trasladar os recursos improdutivos para agregar valor aos produtos ou serviços e alavancar as vendas. Isso requer muita experiência e conhecimento. Não é uma tarefa para neófitos.

2. É através de uma Central de Inteligência de Marketing que a empresa poderá desenvolver estratégias e logísticas de abordagem inteligente do mercado.

3. Qualificar exaustivamente a mão de obra significa na prática “transformar essa mão de obra em neurônios de obra”. Isso é de extrema importância já que nas empresas prestadoras de serviços (a maioria) o conhecimento está na mente dos empregados e são eles, no dia a dia operacional que tomam as microdecisões. Se não estiverem aptos para desenvolver um raciocínio lógico, essas decisões serão sempre equivocadas e custosas para a empresa.

Empregado qualificado significa Melhor qualidade do serviço prestado; menores custos de desperdícios e retrabalhos; menores custos do RH; maior satisfação e fidelidade dos clientes; maior quantidade de pessoas qualificadas interessadas em trabalhar na empresa; maior a diferença entre a empresa e suas concorrentes; maiores lucros; etc.

4. Quanto mais clientes uma empresa tiver, mais clientes ela perde. E, ainda que a taxa de perda seja pequena, se ela tiver muitos clientes, a quantidade absoluta perdida será grande. Então, ela precisa vender mensalmente uma quantidade para cobrir as perdas e outra mais para crescer.

Agora, se a equipe de vendas ficar com seu tamanho estagnado, em breve a carteira de clientes também ficará estagnada, porque a taxa de perda será igual a taxa de conquista.

5. Como é muito raro encontrar-se publicitários que se especializaram em propaganda técnica, grande parte dos recursos destinados a propaganda é inócua.

Se precisar de ajuda entre em contato conosco. Consultoria é para isso mesmo: ‘ajudar as empresas a resolverem problemas incomuns’.

Temos uma gama grande de excelentes e específicos cursos teóricos e práticos para a qualificação da mão de obra. Concomitantemente, também podemos assessorar sua empresa na avaliação geral de desempenho e acompanhar todo o processo evolutivo da margem de lucro.

E, obviamente, por sermos especialistas e só fazermos isso diariamente, temos tudo pronto. Por isso, fazemos tudo com muita competência, rapidez, praticidade e simplicidade, como convêm ao mundo de hoje!

Prof. Faccin

 

 
 
 
 
 

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