Fala-se numa taxa de
desemprego de 8,2%, mas isso não é bem assim, porque um
nível de 5% de taxa de desemprego é considerado
absolutamente normal para qualquer economia moderna.
Essa taxa representa aquela parcela de empregados que
estão em processo de transição entre um emprego e outro.
Por isso, o Brasil nunca teve uma taxa inferior a 5%.
Dessa forma, o convite que faço é para gerar emprego a
apenas 3,2% de brasileiros que, de fato, perderam seus
empregos nos últimos tempos.
A missão dos europeus é um pouco mais complicada, pois a
Espanha conta com uma taxa de desemprego de 20,9%;
Portugal com 12,2%; Itália com 11,5%; França com 10,3%;
etc. E, esses países estão tocando a vida normalmente.
O problema é que estamos nos focando muito nessa taxa de
desemprego de 8,2% achando que isso é o fim do mundo, ao
invés de nos focarmos na taxa de emprego de 91,8%.
Apenas para refrescar a memória, a taxa de desemprego
média do Brasil de 2002 a 2009 foi de 10,2%, e tudo
bem... agora com 8,2% o mundo está desabando. Não dá
para entender esse alarmismo todo.
Veja que apesar de toda confusão política e criminal que
rola em Brasília, no ano passado produzimos um PIB de R$
5,9 trilhões e neste ano vamos produzir algo semelhante.
Segundo a ONU existem 193 países e esses quase R$ 6
trilhões produzidos coloca o Brasil entre as 10 maiores
economias do mundo. Nada mal trabalhar numa economia
“Top Ten”, ou numa economia que faz parte do seleto
grupo das dez maiores do mundo.
Aí vem a imprensa e diz “tudo bem”, mas a dívida pública
já é de quase 70% do PIB e já chega a quase um trilhão
de dólares.
Claro que não é nada agradável ter uma dívida dessas,
mas isso também não é o fim do mundo.
A Espanha que tem uma economia quase igual à nossa tem
uma dívida de US $ 2,3 trilhões, ou seja 2,3 vezes
maior; a Holanda que é infinitamente menor que o Brasil
tem uma dívida de US $ 2,52 trilhões; a dívida da Itália
equivale a 132% do PIB; a do Japão equivale a 229% do
PIB; a da Alemanha é de US $ 5,54 trilhões; a da França
é de US $ 5,75 trilhões; a do Reino Unido é de US $ 9,59
trilhões; e a dívida dos Estados Unidos, maior economia
do mundo, equivale a 100% do PIB e é de US $ 17,75
trilhões.
Eu não estou querendo dizer com isso que nossa situação
é confortável, que estamos vivendo num “mar de rosas” e
que o Governo Dilma é maravilhoso, porque isso além de
irreal seria utópico.
A mensagem que eu estou tentando passar é lógica e
psico-lógica: temos uma realidade e que, quem tem de
reverter essa realidade são os empresários cujas
empresas estão ativas e os empregados que estão
trabalhando. Esse é o ponto.
Não faz sentido ficar esperando que esse ou um eventual
outro Governante qualquer possa operar algum milagre,
porque Governo não produz riqueza. Governo só gasta
parte da riqueza gerada pelos agentes econômicos.
Por isso, a única coisa que devemos esperar e cobrar,
desse ou de outro eventual governante qualquer, é que
reduza as despesas. E, disso não podemos abrir mão. Se
tivermos de ir para a rua protestar, vamos protestar. Se
tivermos de fazer um abaixo assinado, vamos fazer, etc.
Mas, enquanto as coisas não se resolvem em Brasília,
tudo o que podemos e devemos fazer neste momento é
arregaçar as mangas e começar já a trabalhar duro, com
seriedade e com inteligência para virar esse jogo,
porque anote aí: “nada, mas absolutamente nada neste
mundo, resiste ao trabalho duro, sério e inteligente”.
As coisas ruins acontecem, simplesmente porque a gente
acredita que elas irão acontecer, e age de acordo com
esse pensamento, fazendo com que, de fato, elas acabem
acontecendo.
Crescimento é um estado de espírito. Só cresce quem acha
que vai crescer, porque quem acha que vai crescer age de
acordo com esse pensamento e acaba fazendo com que, de
fato, o crescimento acabe acontecendo.
Quem tem de tirar a economia desse marasmo em que ela se
encontra somos nós, os agentes econômicos produtivos e
não o Governo que só arrecada e gasta parte do que
produzimos.
Por isso, se cada um dos que estão empregados fizer um
pequeno esforço extra de produzir 10% mais do que está
acostumado a produzir e se cada empresário não ficar
esperando que as coisas melhorem como que “num passe de
mágica” e passarem a acreditar que são capazes de
desenvolver sua empresa, independentemente do que
acontecer em Brasília, e passar a investir em
treinamento dos colaboradores, a perseguir a eliminação
dos desperdícios, a racionalização dos custos, a
investir em vendas, em inteligência de marketing e
propaganda, com certeza, nós ainda poderemos reverter as
expectativas e fazer o PIB deste ano ser positivo ao
invés de negativo, como está sendo previsto..
Neste momento, meu conselho a todos é fechar os olhos e
os ouvidos para a imprensa, porque ela vive de vender
notícias ruins (notícia boa não vende jornal) e se
concentrar naquilo que efetivamente faz a diferença:
trabalho duro, sério e inteligente.
Não podemos deixar que aquilo que não podemos fazer de
imediato (mudar as coisas em Brasília) nos impeça de
fazer aquilo que podemos fazer agora. E, o que podemos
fazer agora para mudar esse estado de coisas é
trabalhar duro, com seriedade e com inteligência.
Adversidades fazem parte da vida. E, as pessoas e as
empresas mais bem-sucedidas na vida são exatamente
aquelas que aceitam bem as adversidades e lidam bem com
elas. “Mar de rosas” não existe para ninguém, para
nenhuma empresa e para nenhum país.
Cabe aqui aquele pensamento atribuído a M Williany P.
Andrade: “o homem que decide parar e esperar até que
as coisas melhorem, verificará mais tarde que aquele que
nunca parou, e colaborou com o tempo, estará tão
distante que jamais poderá ser alcançado”.
Como disse o economista Keynes que arquitetou o fim da
grande depressão de 1929: “é sábio mudar de opinião à
luz da mudança dos fatos”.
Por isso eu faço um apelo aos dirigentes do PT, da CUT e
dos chamados movimentos sociais para que “à luz da
mudança dos fatos”, abandonem a ideia que estão
apregoando de incendiar o Brasil e de dificultar a vida
de um eventual governo substituto ao de Dilma e usem seu
poder de persuasão para estimularem seus simpatizantes
na busca de uma causa bem maior: a de colaborarem
decididamente para ajudarem a empregar um brasileiro que
perdeu seu emprego recentemente.
Está mais do que na hora de começarmos a pensar como
nação e não como membros deste ou daquele partido
político, desta ou daquela ideologia. Numa República,
cada um tem o direito de pensar como bem entender. Só
não tem o direito de impedir que os outros pensem
diferente.
A luta que precisamos travar neste momento não é
ideológica e nem partidária, mas humanitária: precisamos
lutar para reverter o desemprego de milhões de
brasileiros e isso vai exigir que todos juntos
arregacemos as mangas e trabalhemos duro, com seriedade
e com inteligência.
Nada mais.
Prof. Faccin
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