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Um convite aos 91,8% de brasileiros que estão empregados :
“Ajude a gerar emprego para os 3,2% de brasileiros que perderam seus empregos recentemente”

 

Fala-se numa taxa de desemprego de 8,2%, mas isso não é bem assim, porque um nível de 5% de taxa de desemprego é considerado absolutamente normal para qualquer economia moderna. Essa taxa representa aquela parcela de empregados que estão em processo de transição entre um emprego e outro. Por isso, o Brasil nunca teve uma taxa inferior a 5%.

Dessa forma, o convite que faço é para gerar emprego a apenas 3,2% de brasileiros que, de fato, perderam seus empregos nos últimos tempos.

A missão dos europeus é um pouco mais complicada, pois a Espanha conta com uma taxa de desemprego de 20,9%; Portugal com 12,2%; Itália com 11,5%; França com 10,3%; etc. E, esses países estão tocando a vida normalmente.

O problema é que estamos nos focando muito nessa taxa de desemprego de 8,2% achando que isso é o fim do mundo, ao invés de nos focarmos na taxa de emprego de 91,8%.

Apenas para refrescar a memória, a taxa de desemprego média do Brasil de 2002 a 2009 foi de 10,2%, e tudo bem... agora com 8,2% o mundo está desabando. Não dá para entender esse alarmismo todo.

Veja que apesar de toda confusão política e criminal que rola em Brasília, no ano passado produzimos um PIB de R$ 5,9 trilhões e neste ano vamos produzir algo semelhante.

Segundo a ONU existem 193 países e esses quase R$ 6 trilhões produzidos coloca o Brasil entre as 10 maiores economias do mundo. Nada mal trabalhar numa economia “Top Ten”, ou numa economia que faz parte do seleto grupo das dez maiores do mundo.

Aí vem a imprensa e diz “tudo bem”, mas a dívida pública já é de quase 70% do PIB e já chega a quase um trilhão de dólares.

Claro que não é nada agradável ter uma dívida dessas, mas isso também não é o fim do mundo.

A Espanha que tem uma economia quase igual à nossa tem uma dívida de US $ 2,3 trilhões, ou seja 2,3 vezes maior; a Holanda que é infinitamente menor que o Brasil tem uma dívida de US $ 2,52 trilhões; a dívida da Itália equivale a 132% do PIB; a do Japão equivale a 229% do PIB; a da Alemanha é de US $ 5,54 trilhões; a da França é de US $ 5,75 trilhões; a do Reino Unido é de US $ 9,59 trilhões; e a dívida dos Estados Unidos, maior economia do mundo, equivale a 100% do PIB e é de US $ 17,75 trilhões.

Eu não estou querendo dizer com isso que nossa situação é confortável, que estamos vivendo num “mar de rosas” e que o Governo Dilma é maravilhoso, porque isso além de irreal seria utópico.

A mensagem que eu estou tentando passar é lógica e psico-lógica: temos uma realidade e que, quem tem de reverter essa realidade são os empresários cujas empresas estão ativas e os empregados que estão trabalhando. Esse é o ponto.

Não faz sentido ficar esperando que esse ou um eventual outro Governante qualquer possa operar algum milagre, porque Governo não produz riqueza. Governo só gasta parte da riqueza gerada pelos agentes econômicos.

Por isso, a única coisa que devemos esperar e cobrar, desse ou de outro eventual governante qualquer, é que reduza as despesas. E, disso não podemos abrir mão. Se tivermos de ir para a rua protestar, vamos protestar. Se tivermos de fazer um abaixo assinado, vamos fazer, etc.

Mas, enquanto as coisas não se resolvem em Brasília, tudo o que podemos e devemos fazer neste momento é arregaçar as mangas e começar já a trabalhar duro, com seriedade e com inteligência para virar esse jogo, porque anote aí: “nada, mas absolutamente nada neste mundo, resiste ao trabalho duro, sério e inteligente”.

As coisas ruins acontecem, simplesmente porque a gente acredita que elas irão acontecer, e age de acordo com esse pensamento, fazendo com que, de fato, elas acabem acontecendo.

Crescimento é um estado de espírito. Só cresce quem acha que vai crescer, porque quem acha que vai crescer age de acordo com esse pensamento e acaba fazendo com que, de fato, o crescimento acabe acontecendo.

Quem tem de tirar a economia desse marasmo em que ela se encontra somos nós, os agentes econômicos produtivos e não o Governo que só arrecada e gasta parte do que produzimos.

Por isso, se cada um dos que estão empregados fizer um pequeno esforço extra de produzir 10% mais do que está acostumado a produzir e se cada empresário não ficar esperando que as coisas melhorem como que “num passe de mágica” e passarem a acreditar que são capazes de desenvolver sua empresa, independentemente do que acontecer em Brasília, e passar a investir em treinamento dos colaboradores, a perseguir a eliminação dos desperdícios, a racionalização dos custos, a investir em vendas, em inteligência de marketing e propaganda, com certeza, nós ainda poderemos reverter as expectativas e fazer o PIB deste ano ser positivo ao invés de negativo, como está sendo previsto..

Neste momento, meu conselho a todos é fechar os olhos e os ouvidos para a imprensa, porque ela vive de vender notícias ruins (notícia boa não vende jornal) e se concentrar naquilo que efetivamente faz a diferença: trabalho duro, sério e inteligente.

Não podemos deixar que aquilo que não podemos fazer de imediato (mudar as coisas em Brasília) nos impeça de fazer aquilo que podemos fazer agora. E, o que podemos fazer agora para mudar esse estado de coisas é trabalhar duro, com seriedade e com inteligência.

Adversidades fazem parte da vida. E, as pessoas e as empresas mais bem-sucedidas na vida são exatamente aquelas que aceitam bem as adversidades e lidam bem com elas. “Mar de rosas” não existe para ninguém, para nenhuma empresa e para nenhum país.

Cabe aqui aquele pensamento atribuído a M Williany P. Andrade: “o homem que decide parar e esperar até que as coisas melhorem, verificará mais tarde que aquele que nunca parou, e colaborou com o tempo, estará tão distante que jamais poderá ser alcançado”.

Como disse o economista Keynes que arquitetou o fim da grande depressão de 1929: “é sábio mudar de opinião à luz da mudança dos fatos”.

Por isso eu faço um apelo aos dirigentes do PT, da CUT e dos chamados movimentos sociais para que “à luz da mudança dos fatos”, abandonem a ideia que estão apregoando de incendiar o Brasil e de dificultar a vida de um eventual governo substituto ao de Dilma e usem seu poder de persuasão para estimularem seus simpatizantes na busca de uma causa bem maior: a de colaborarem decididamente para ajudarem a empregar um brasileiro que perdeu seu emprego recentemente.

Está mais do que na hora de começarmos a pensar como nação e não como membros deste ou daquele partido político, desta ou daquela ideologia. Numa República, cada um tem o direito de pensar como bem entender. Só não tem o direito de impedir que os outros pensem diferente.

A luta que precisamos travar neste momento não é ideológica e nem partidária, mas humanitária: precisamos lutar para reverter o desemprego de milhões de brasileiros e isso vai exigir que todos juntos arregacemos as mangas e trabalhemos duro, com seriedade e com inteligência.

Nada mais.
 

 

Prof. Faccin
 

 
 
 
 
 

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