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Concorrência “pós-verdadeira”



A pós-verdade foi eleita a palavra do ano de 2016 pelo dicionário "Oxford", porque o uso dela pela imprensa mundial em 2016 cresceu 2.000% em relação ao ano anterior, principalmente na cobertura de fatos políticos.

Sua importância se deve a que atualmente os “fatos” estão importando menos que aquilo que as pessoas escolhem acreditar.

Estamos vivendo um tempo em que “a verdade foi substituída por aquilo que as pessoas dizem o que é verdade, seja verdadeiro ou não; seja porque ouviram dizer que é verdade; ou mesmo, seja porque acreditam que suas próprias opiniões correspondem à verdade”.

A pós-verdade é um neologismo para definir o fenômeno onde os fatos objetivos têm menos importância que os apelos às emoções e às crenças pessoais.

A campanha eleitoral de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos foi o maior exemplo de pós-verdade, já que ele teve total desprezo pela veracidade dos fatos que mencionava e tampouco se preocupou com os desvarios das suas acusações.

Durante a corrida eleitoral, Trump absurdamente afirmou que a adversária, Hillary Clinton, criou o Estado Islâmico; que o presidente Barack Obama era muçulmano e que não havia nascido nos Estados Unidos; que o desemprego nos EUA havia chegado a absurdos 42%; que o índice de criminalidade nos EUA havia batido recorde nos últimos anos; e que até o Papa Francisco apoiava sua candidatura.

É claro que qualquer pessoa bem informada sabia que nenhuma daquelas afirmativas do Trump era verdadeira. Mas, como ele dizia que as informações da mídia é que eram falsas, porque a “mídia era sua opositora”, isso foi o suficiente para os seus seguidores acreditaram nele e o elegerem Presidente dos Estados Unidos.

Depois, sem nenhum constrangimento ele se contradizia, voltava atrás em suas afirmações, dizia que o Obama era de fato americano, etc. e tal, e tudo bem. Fica o dito pelo não dito. Isso demonstra, preocupantemente, que no mundo de hoje, “uma narrativa bem construída, seja de um político ou de um concorrente, com forte apelo às emoções e às crenças, pode vencer a realidade”.

Esse fenômeno da pós-verdade encontrou um campo fértil para proliferar, devido a que a maioria das pessoas não tem tempo suficiente; não tem conhecimentos suficientes; e até mesmo, não sabem como e onde checar a autenticidade da avalanche de informações que estão chegando a elas através dos mais variados meios de comunicação.

Um estudo realizado pela Universidade de Stanford, uma das melhores do mundo, revelou que 80% dos estudantes não conseguem diferenciar notícias verdadeiras de falsas. Um relatório de 2011 do Instituto Britânico Demos mostra que algo em torno de 25% dos jovens ingleses de 12 a 15 anos não checam nenhuma informação consumida nas redes sociais.

Assim, fica a “verdade de uns” contra a “verdade de outros” e o indivíduo opta pela “verdade”, cujo conteúdo tiver mais afinidades com ele, seja por sentimentos, crenças ou ideologias.

Agora vem a parte que mais lhe interessa: como fica a questão da pós-verdade ou de uma “bem elaborada” narrativa da concorrência?

Não é diferente. No mundo atual, a multiplicidade dos produtos e serviços ofertados por uma concorrência numerosa, por si só, dificultam o aprendizado e confundem os clientes. E, quanto mais complexo e técnico for o produto ou serviço, pior. Mais difícil se torna sua compreensão pelos clientes.

E, para completar, todas as empresas dizem que são as melhores (é a “verdade” de cada uma). Eu, pelo menos, nunca encontrei alguém que me dissesse: “Professor, a minha empresa é a pior...”. Aliás, você conhece algum concorrente seu que diz que a empresa dele é pior que a sua? Ou que, os produtos e serviços dele são piores que os seus? Mais, se dê por feliz se você não tiver nenhum concorrente estilo Donald Trump...

Então, imagine como fica a cabeça do cliente?

Ele não tem tempo; não tem experiência; não tem conhecimentos técnicos suficientes para comprovar as “qualidades” que todos os concorrentes dizem que tem; e nem mesmo sabe como e onde poderia sanar suas dúvidas. Resultado: como todos dizem que são os “melhores”, o mais provável é que ele vá aceitar como boa, a narrativa de um dos “melhores” que vier mais de encontro às suas crenças e que tocar mais fundo o seu “coração”.

Os dados e os fatos reais podem vir a ser menos importantes que uma narrativa emotiva e crivelmente bem elaborada. Mesmo, que essa narrativa não corresponda à realidade dos fatos.

Em 2002, o Prêmio Nobel de Economia foi dado ao cientista israelense, psicólogo Daniel Kahneman, por seus estudos sobre o processo de tomada de decisão. Sua tese laureada inaugurou uma nova vertente na ciência econômica: “Economia Comportamental ou Psicológica”. Disciplina que hoje é ministrada nas melhores universidades do mundo.

Em seus estudos, Kahneman demonstra inequivocamente que em mais de 90% dos casos, o processo de tomada de decisão não é “reflexivo” ou fruto de um esforço cognitivo, mas “instintivo, intuitivo, emotivo ou sentimental”. A razão pode até buscar opções e fazer análises lógicas, mas é a emoção que decide.

Como pesquisador obstinado, a partir da divulgação da tese do Kahneman, eu passei a me dedicar aos estudos profundos desse novo ramo da ciência econômica e a prestar consultorias, assessorias e a preparar cursos e treinamentos de marketing e vendas com base nesse enfoque, já que o processo de compras é, acima de tudo, um processo de tomada de decisão.

E, como resultado de todo esses estudos e trabalhos que venho desenvolvendo ao longo de todos esses anos, eu o aconselho a orientar seu marketing, vendas e propaganda no sentido de tentar conseguir FAZER COM QUE OS POTENCIAIS CLIENTES GOSTEM da sua empresa.

Se conseguir isso, então eles darão um jeito de comprar dela, mesmo que o preço e os outros atributos oferecidos por ela não sejam os melhores. Porém, se não conseguir, os clientes darão um jeito de comprar da concorrência, mesmo que o preço e os outros atributos dela não sejam os melhores. É aquela velha história de que só enxergarmos coisas positivas naquilo que gostamos e só coisas negativas naquilo que não gostamos.

Está aí um bom desafio para a agente de propaganda que atende a sua empresa. E, também está aí um grande desafio para os departamentos de marketing e vendas da sua empresa: “fazer com que os potenciais clientes gostem mais dela” do que dos concorrentes.

Se conseguirem isso, poderão fazer com que os clientes deem mais valor às suas narrativas, ainda que elas não correspondam 100% à realidade. Se não conseguirem, os clientes poderão ser atraídos pelo “canto da sereia” dos concorrentes.

Agora, se você entender que a sua empresa está precisando de ajuda para fazer os clientes gostarem mais dela do que da concorrência, entre em contato conosco.

Esse é o nosso negócio e o fazemos com maestria. Nos últimos 19 anos que nos especializamos no setor, já ajudamos centenas de empresas iguais à sua em todo o Brasil a aumentarem as vendas, os preços e os lucros.



Prof. Faccin


 

 

 
 
 
 
 

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