Um iPhone 6 está sendo
vendido, em média, por R$ 3.500,00. Como ele pesa 129
gramas, podemos inferir por suposição que um grama dele
vale R$ 27,13 e um quilo (1.000 gramas), R$ 27.130,00.
Um Fiat Palio Fire 1.0 flex 2015 pesa aproximadamente
1.000 quilos e está sendo vendido a partir de R$
24.000,00 ou, teoricamente, a R$ 24,00 o quilo.
Dividindo-se o preço do quilo do iPhone (R$ 27.130,00)
pelo preço do quilo do Fiat Palio (R$ 24,00), temos que
o quilo do iPhone vale 1.130 vezes mais que o quilo do
Fiat Palio.
Obviamente, essa diferença de valor é devida à diferença
de conhecimento agregado em toda a cadeia produtiva de
cada produto. Mas, o conhecimento não nasce
espontaneamente dentro dos produtos, ele é colocado lá
pelas pessoas de conhecimento que trabalham nas
respectivas empresas.
E, quando paramos para pensar, quase nem dá para
acreditar que as pessoas de conhecimento que trabalham
na Apple conseguiram agregar tanto conhecimento em
diminutas 129 gramas de produto. As pessoas de mais
idade, que nasceram em outro mundo, chegam até a ficar
perplexas ao ver que uma coisinha tão pequeninha é capaz
de fazer tantas coisas e coisas quase inimagináveis.
Esse fenomenal conhecimento agregado ao iPhone explica
também porque a Apple tem hoje um valor de mercado em
torno de 3 trilhões de reais e porque ela deve faturar
neste ano algo como 800 bilhões de reais.
Mas, não foi sempre assim. Ela teve um ótimo crescimento
nos dez anos que se seguiu à sua fundação. Com a
dispensa do Steve Jobs em 1985, ela tresandou e só
voltou a se recuperar com o retorno dele 10 anos depois.
O conhecimento dele fez a diferença para ela ser o que é
hoje.
Isso é uma comprovação inequívoca de que para crescer e
ter lucro as empresas precisam incorporar “gente de
conhecimento”, porque no mundo de hoje, extremamente
complexo, dinâmico e altamente competitivo, o que tem
valor é o conhecimento que está na mente das pessoas.
Sem gente de conhecimento, empresa alguma tem como
crescer e ter lucro.
Por quê? Porque não foi só no campo da tecnologia que o
mundo avançou de maneira desmesurada. Em todas as demais
áreas do conhecimento humano as ciências se tornaram
extremamente complexas. Administrar uma empresa há 40
anos, quando ainda não existia o microcomputador, o fax,
o e-mail, o telefone celular, a internet, o whatsapp,
etc. era uma coisa, hoje é outra muito diferente.
Hoje, os dirigentes se veem obrigados a resolverem
problemas intrincados e, muitos, até mesmo inusitados em
todas as áreas de uma empresa, como produção,
operacional, recursos humanos, recursos de capital,
finanças, comunicação, branding, contabilidade,
direitos, comercial, societário, trabalhista,
tributário, economia comportamental, econometria,
engenharia econômica, engenharia técnica, marketing,
organização e métodos, pesquisa e desenvolvimento de
novos produtos e serviços, propaganda, psicologia,
segurança, sociologia, tecnologia da informação,
tecnologia de redes, vendas, etc., etc., etc.
Mas, incorporar na empresa gente de conhecimento para
todas essas áreas custa muito caro, porque a formação
deles é cara. Além deles precisarem ter nascido com um
conjunto inato de atributos intelectuais superiores e se
disporem a ter um comportamento diferenciado ao longo da
vida, ainda suas famílias precisam investir pelo menos
um milhão de dólares na formação deles, desde o seu
nascimento até que eles saiam com um diploma de
doutorado de uma universidade de renome internacional.
Um investimento e tanto de dinheiro e de tempo, porque
para ficar 100% pronto para uso leva, entre estudos e
experiência prática, não menos que uns 35 a 40 anos.
É por isso que um executivo com uma formação dessas e
que ainda tenha bastante experiência, prática e vivência
profissional, para ser capaz de efetivamente fazer a
diferença numa empresa, pode custar mais de R$
200.000,00 por mês entre remunerações, encargos legais e
benefícios.
É por isso também que esses “neurônios de obra” ou essas
“mentes de conhecimento” só são acessíveis às
multinacionais e às empresas de muito grande porte, ou a
apenas 1% das empresas estabelecidas no Brasil.
Então, para as outras 99% das empresas não ficarem sem
ter gente de conhecimento de alto nível, a alternativa é
contratar o conhecimento com custo compartilhado de uma
consultoria especializada.
Por isso, as empresas recorrem a assessorias de todo
tipo como, contábil, jurídico/trabalhista,
jurídico/comercial, econômica, administrativa,
marketing, vendas, propaganda, etc. E, pasme: as
empresas de maior porte, além de ter funcionários de
conhecimento em todas as áreas, também recorrem às
consultorias e ainda se apoiam em Conselhos, como o de
Administração, Deliberativo, etc. que são formados não
apenas por experientes colaboradores internos como
também e principalmente por experientes consultores
externos, porque a visão externa ou de fora para dentro
é essencial para as empresas obterem uma vantagem
competitiva no mercado.
rof. Faccin
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