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O que nunca deve e o que
sempre deve ser mudado (1º Parte) |
(Outros artigos do
autor estão disponíveis no link a seguir:
artigos do Prof. Faccin)
Existem dois fatores essenciais para um profissional ou
uma empresa sobreviver, indefinida e lucrativamente:
1. Um fator que não pode mudar nunca; e
2. Um fator que, obrigatoriamente, tem de mudar
continuamente.
O fator que não pode mudar nunca é a “competência
essencial” do profissional ou da empresa. E, o fator
que, obrigatoriamente, tem de mudar continuamente é a
“maneira de exercer” a competência essencial.
Devido à extensão do tema e para que você não desista de
lê-lo..., nesta primeira parte eu vou abordar apenas uma
fração da matéria. Nas próximas semanas irei liberar
gradativamente as partes complementares.
Se, de alguma maneira, este material vier a ser útil
para você que é um dos meus 25.000 leitores, meu tempo e
esforço estarão recompensados.
A competência essencial é formada por dois elementos
“quimicamente” ligados entre si: “talento” e “capacidade
empreendedora”.
O talento é uma aptidão natural ou adquirida que permite
ao profissional ou a empresa inovar e fazer algo com
vigor, agudeza de espírito, genialidade, perspicácia e
inteligência acima da média.
A capacidade empreendedora permite ao profissional ou a
empresa ter arrojo para investir; capacidade para
conseguir os recursos humanos e financeiros necessários
ao empreendimento; capacidade para lidar com as
adversidades naturais e inerentes a qualquer profissão
ou negócio; dureza mental para não se desviar do rumo
traçado, por mais que seja tentado; comprometimento e
dedicação; persistência e determinação na busca de
resultados; etc.
É a capacidade empreendedora que permite transformar o
talento em sucesso. Mas, como sem talento não se chega
ao sucesso, então ambos são anverso e verso da mesma
moeda, que eu denomino de “competência essencial”.
Todavia, conforme adverte Klaus Schwab, fundador e
presidente executivo do Fórum Econômico Mundial, o
“talento” passou a ser hoje mais importante que o
“capital” que faz parte da capacidade empreendedora.
A questão é que as ideias inovadoras que se transformam
em serviços intangíveis estão se transformando nas
verdadeiras vantagens competitivas das empresas,
ocupando e reduzindo a importância da tangibilidade do
capital.
Talvez seja por esse motivo que o cético megainvestidor
Warren Buffet, depois de investir mais de meio século em
ações de sólidas empresas de bens tangíveis, resolveu
neste ano aplicar 10,7 bilhões de dólares em ações da
IBM, uma empresa de ideias.
Buffet se disse convencido do plano em longo prazo da
IBM e da posição enraizada em grandes negócios, parte da
vantagem competitiva que ele procura com lupa quando
investe em alguma companhia.
Na entrevista que concedeu à rede de televisão CNBC
disse, "Não conheço nenhuma outra grande companhia que
seja realmente tão especializada como a IBM no que se
propõe a fazer e como se propõe a fazer".
Veja a importância da concentração dos esforços na
competência essencial.
Diante dessa realidade, é de se supor que daqui para
frente o sucesso econômico não seja mais decidido pelo
detentor do “capital”, mas pelo detentor do "talento".
Nesse sentido, segundo o Klaus Schwab, é de se supor
também que estamos migrando do “capitalismo” para o "talentismo"
ou, do modelo capitalista para o modelo talentista.
Mas como um não vive sem o outro, pessoalmente eu
prefiro denominar esse novo modelo de
“Talentocapitalismo” ou “Talentocapitalista”.
Não é por outro motivo que neste exato momento, os
investidores profissionais possuidores de mais de 30
trilhões de dólares estão girando o mundo, quase que na
velocidade da luz, em busca de ideias geniais que possam
proporcionar um retorno melhor aos seus capitais.
Melhor dizendo, na atualidade o dinheiro deixou de ser
problema porque passou a ser abundante. O problema
passou a ser a falta ou a escassez de ideias geniais ou
de talentos.
É por isso que quando um talento desenvolve uma ideia
genial, ele não tem nenhuma dificuldade de buscar o
capital necessário para colocá-la em prática.
Importante essa constatação, e seria conveniente que os
empresários meditassem bastante sobre isso, pois às
vezes eles buscam sócios capitalistas para ver se
resolvem o problema da inanição das suas empresas.
Mas, embora a injeção do capital possa aliviar as dores
momentâneas, talvez possa ser apenas um paliativo, se
esse capital não for capaz de por si só gerar lucro.
O que faz uma empresa gerar lucro é o talento respaldado
pelo capital. Dessa forma, se os empresários, ao invés
de buscar um sócio capitalista, concedessem participação
na empresa para os seus melhores talentos, ou os
buscassem fora, quem sabe poderiam resolver melhor o
problema da inanição e voltar a ter lucro.
Afinal, capacidade empreendedora eles já a possuem, já
que foram eles, os empresários, que montaram as suas
empresas. E se de repente elas começaram a patinar,
provavelmente é porque o que está faltando é o
“alimento” dos talentos e não o “alimento” de mais
capital.
Mas, apesar da importância essencial do talento nas
organizações, são poucas as empresas que se empenham e
investem de fato na garimpagem, no desenvolvimento e na
retenção de talentos.
Talvez, o ideal até fosse trocar o nome do Departamento
de Recursos Humanos para Departamento de Talentos
Humanos, porque hoje o que pode fazer a diferença são os
talentos humanos.
Todavia, para ter êxito, essa “competência essencial”
(talento + empreendedorismo), precisa estar dirigida
para algo que seja útil para a sociedade a cada momento,
porque as necessidades se alteram e mudam com o tempo e
ainda assim, é preciso que haja um espaço não ocupado,
ou mal ocupado pela concorrência.
Por exemplo, por mais competência essencial que tenha
uma empresa, se ela tentasse montar hoje uma indústria
de “aparelho de fax” dificilmente teria êxito, porque a
utilidade desse aparelho se tornou irrelevante nos dias
de hoje.
Da mesma maneira, ainda que alguma empresa tivesse
competência essencial para eventualmente começar a
fabricar um tipo de “touchpad” ou “tablet”, dificilmente
ela teria chance de sucesso, porque embora muito útil, o
espaço no mercado para esse tipo de aparelho já foi
amplamente ocupado por muitos concorrentes fortes como
Apple, Samsung, Motorola e vários outros grandes e
pequenos fabricantes. Hoje, já deve haver no mundo uns
cem tipos diferentes de touchpad.
A competência essencial é a razão de ser de um
profissional ou de uma empresa. É a causa da sua
existência. Por isso, não pode ser abandonada ou
diversificada.
Se for abandonada o indivíduo ou empresa deixa de
existir como pessoa jurídica. Se for diversificada em
outras atividades diferentes, se dilui e perde o vigor.
Por exemplo, se a competência essencial de um indivíduo
é para ser advogado, a chance de ele ter êxito como juiz
não é muito grande, pois apesar de serem atividades
interligadas, exigem competências diferentes.
Ainda, se a competência essencial de um advogado é para
a área criminal, ele só vai ter sucesso se vier a se
tornar um especialista de primeira linha nesse segmento.
Se ele quiser diversificar para poder “conquistar” mais
clientes em outras áreas, como a trabalhista,
tributária, etc. não vai conseguir se destacar em
nenhuma delas, inclusive na criminal para a qual tem
competência essencial.
Um antigo cliente meu da área de segurança quando
contratou os meus serviços de consultoria me disse:
Professor, eu sei que estou tendo muito lucro, mas
também sei que estou tendo muita perda, só não sei por
onde está vazando o dinheiro. Quero que o Senhor
localize esses ralos para mim, para que eu possa
tampá-los.
Decorrido algum tempo da consultoria, ficou claro que o
negócio original dele, um produto que ele havia
patenteado e que era de uso obrigatório nos bancos, era
tão lucrativo que conseguia cobrir o prejuízo de todas
as outras atividades que ele diversificou e ainda
sobrava dinheiro.
O problema é que as outras atividades estavam ocupando
quase que cem por cento do tempo e do investimento dele,
e o produto original, o que sustentava toda essa
estrutura deficitária estava quase que deixado de lado.
Felizmente, como ele era e é uma pessoa muito
inteligente e decidida, não teve dúvida: acabou com
todas aquelas atividades para as quais não tinha
competência essencial, dispensou 70% da mão de obra e se
voltou às origens, aumentando dessa forma
consideravelmente os seus lucros.
É por isso que a maioria das empresas de grande porte
que abrem o leque e diversificam as suas atividades,
depois de um tempo acabam vendendo ou desativando essas
atividades e voltam às origens para se dedicarem
exclusivamente ao seu “core business” ou para fazerem
aquilo que têm competência essencial para fazer.
Aliás, se a Microsoft não se desvincular de algumas
atividades alheias ao seu “core business” rapidamente,
poderá sofrer um baque e tanto.
A Microsoft se notabilizou por sua extraordinária
competência no desenvolvimento de sistemas operacionais
e aplicativos de amplo uso, como o Windows e o pacote
Office. E, com essa dupla se transformou na empresa mais
valiosa do mundo nas décadas de 80 e 90.
Mas, aí surgiu a ideia de diversificar e ela investiu
uma tonelada de dinheiro e tempo de seus melhores
cérebros no videogame Xbox, no mecanismo de buscas Bing,
no MSN, etc.
Uma década se passou e o Windows e o Office ainda geram
quase todo o resultado da empresa.
O problema é que enquanto ela esteve ocupada investindo
em atividades estranhas ao seu “core business” a
concorrência ocupou um enorme espaço novo que surgiu no
mercado de sistemas operacionais e aplicativos
populares, mas que ela não viu porque estava ocupada
demais fazendo coisas que não lhe diziam respeito.
Perdeu a chance de introduzir o Windows e o Office nos
“PC’s” móveis (smartphones e tablets) e de oferecer o
Office para uso nas “nuvens” por usuários menos
exigentes e piratas.
O resultado é que hoje o Windows Mobile e o Office detêm
apenas míseros 2% do mercado de sistemas operacionais de
smartphones e tablets.
No ambiente móvel, a Apple com o seu sistema operacional
iOS, a Blackberry com seu próprio OS e o Google com o
seu Android pulverizado em inúmeros aparelhos líderes de
mercado como o Galaxy da Samsung, aproveitaram que a
Microsoft estava ocupada demais com as outras atividades
e abocanharam esse extraordinário mercado.
Agora ela está tentando correr atrás através da parceria
com a Nokia e com a previsão de lançamento do Windows 8
mobile.
No ambiente “nuvem” sua participação também é ridícula.
O Google Docs, por exemplo, está bem à frente.
O resultado prático de tudo isso foi que a Microsoft
deixou de ser a maior empresa do mundo e suas ações
valem hoje o mesmo que valiam dez anos atrás.
Chega a ser quase inacreditável que uma empresa do porte
da Microsoft tenha marcado tanta bobeira, perdendo tanto
tempo tentando desenvolver atividades estranhas à sua
capacidade essencial e deixando de lado aquilo que a
transformou na maior empresa do mundo.
Esse exemplo do que não deve ser feito deveria soar como
alerta para muitos empresários que, com o passar do
tempo se cansam ou perdem o entusiasmo pela sua
atividade essencial e se sentem inclinados a se
aventurarem em outras atividades alheias à sua
competência essencial.
Por mais atrativa que seja a oportunidade em outra
atividade deve-se levar em consideração a falta de
competência essencial para aproveitá-las lucrativamente.
E, também, deve-se levar em consideração que ao diluir
as energias entre várias atividades, se abre espaço para
a concorrência na atividade essencial.
Veja, a competência essencial do Warren Buffet é a
aplicação na bolsa de valores e ele se mantém fiel a
essa competência essencial há mais de 50 anos e por mais
que ao longo de todos esses anos as “sereias” cantassem
em seus ouvidos acenando com propostas mirabolantes, ele
não se desviou do seu rumo e se manteve fiel à sua
competência essencial.
Todavia, se no meio do caminho, frente às adversidades e
turbulências naturais dessa atividade ou se movido pelas
tentações de mercado, ele tivesse mudado de rumo, como
muitos o fazem, hoje ele não seria o maior investidor do
mundo, não teria a fortuna pessoal de 47 bilhões de
dólares que tem e não seria o 3º homem mais rico do
mundo.
O caso do Warren Buffet é extraordinário, porque,
essencialmente, o que ele tem feito obstinadamente oito
horas por dia ao longo desses mais de 50 anos tem sido
“analisar as demonstrações financeiras dos balanços e
relatórios financeiros” das empresas com ações em bolsa
para tentar detectar as que têm alguma vantagem
competitiva de longo prazo em relação às suas
concorrentes. Foi assim que ele detectou a tal da
vantagem competitiva de longo prazo na IBM e despejou
bilhões de dólares nela.
E como ele ó faz isso há mais de 50 anos, desenvolveu um
faro incrível na sua garimpagem para detectar essas tais
“vantagens competitivas de longo prazo” de determinadas
empresas. Por isso, ele consegue ver o que ninguém vê.
Como ele diz, “você precisa entender de contabilidade e
deve compreender as nuances dessa ciência. Esse é o
idioma dos negócios, um idioma imperfeito, porém, a
menos que esteja disposto a fazer o esforço de aprender
contabilidade – como ler e analisar demonstrações
financeiras -, não deveria escolher ações por conta
própria”.
Os exemplos de fidelidade à competência essencial são
inúmeros, como Henry Ford, Bill Gates, Steve Jobs,
Michael Dell, fundador da Dell Computer; Larry Ellison,
fundador da empresa de software Oracle; Hans Stern
fundador da H. Stern Joalheiros; Silvio Santos como
apresentador de auditório; Samuel Klein fundador das
Casas Bahia; o Lula, que perseguiu por trinta anos a
cadeira da Presidência da República, etc.
Todos tinham competência essencial para as atividades
que abraçaram e não se desviaram delas por toda a vida.
Se tivessem se desviado, não teriam tido o sucesso que
tiveram.
E, por falar em Lula, aqui cabe um parêntesis: todas as
personalidades listadas no parágrafo anterior não
obtiveram um diploma de curso superior. E, segundo as
“más línguas” o Henry Ford não terminou sequer o ensino
médio.
Mas, isso não é novidade, inclusive no caso do Lula. Os
mais famosos reis da Inglaterra não cursaram uma
faculdade. O único que foi ultra bem preparado
culturalmente para ser rei foi o Príncipe Charles e deu
no que deu..., trocou a Princesa Diana pela Camila
Parker Bowles..., e de sobra, conseguiu fazer com que a
maioria dos ingleses não o queira como rei.
Surpreso? Não deveria, porque a “competência essencial
empresarial” é diferente da “competência essencial
profissional”.
Por isso, a menos que o “talento” seja para exercer uma
profissão de nível superior que se aprende na faculdade,
como medicina, direito, engenharia, etc., a “capacidade
empreendedora” não se adquire na faculdade.
Se a faculdade tivesse a “fórmula mágica” para formar
negociantes talentosos; para ensinar as pessoas a
farejar necessidades latentes no mercado; para dotar as
pessoas de carisma; etc. existiriam milhares e milhares
de Samuéis Kleins, Steves Jobs, Sílvios Santos; Lulas;
etc.
Faculdade é um curso de especialização profissional, mas
para ser rei, presidente, empreendedor, futebolista,
etc. o individuo precisa ter outros atributos que são
inatos e que por isso não têm como ser ensinado. Ou o
indivíduo os possui ou não os possui. Pode até ser
aprimorado, mas se o indivíduo não os possui de
nascença, não tem como vir a ser um Neymar e ganhar R$ 2
milhões por mês de salário.
A propósito, você já sabe qual é o seu talento?
Essa é uma boa pergunta. Primeiro, porque se não sabe,
seria bom saber. Segundo, porque se sabe, caberia uma
segunda pergunta: você está atuando para desenvolver o
seu talento?
Se souber e estiver atuando para desenvolver o seu
talento terá chance de se destacar mesmo que não tenha
capacidade empreendedora. E, se a tiver, poderá ficar
rico. Se souber qual é o seu talento, mas não estiver
atuando para desenvolvê-lo, poderá ficar à deriva e ao
sabor do vento pelo resto da vida.
Muita gente chama equivocadamente a “competência
essencial” de “missão” e sobre esse equívoco eu vou
discorrer no próximo capítulo.
Até lá, se sua empresa precisar e se você o desejar,
nossa consultoria poderá ajudá-la a desenvolver a sua
“competência essencial” para que ela tenha uma sobrevida
indefinida e lucrativa.
Prof. Faccin
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