Como todos sabem, mais
de 50% da radiação solar é no infravermelho.
Isso faz com que o Sol seja o inimigo nº. 1 dos sensores
de infravermelho passivo. Se seus raios atingirem o
sensor, por qualquer dos ângulos de captação do seu
leque de lentes, ele faz disparar o alarme.
Isso, todo o mundo sabe. O que todos também devem saber,
mas não levam em consideração na hora de posicionar o
sensor é que apesar de o Sol ser (para nós) um ponto
fixo no espaço, a Terra se movimenta e faz com que os
raios solares nos atinjam por diferentes ângulos a
cada dia.
É uma alteração lenta, quase imperceptível, mas muito significativa num
período de apenas 6 meses.
De 21 de Junho a 21 de Dezembro o ângulo de incidência
dos seus raios se modifica 47º no sentido Norte/Sul.
Essa modificação no ângulo de incidência se deve ao
movimento de oscilação da terra em sua translação ao
redor do Sol, o que determina as 4 estações do ano:
Primavera, Verão, Outono e Inverno.
No
início do Outono, 20 de março, e no início da Primavera,
23 de setembro, no hemisfério Sul, a terra se encontra
numa posição perpendicular em relação ao seu eixo
imaginário que a atravessa de Norte a Sul (vide figura à
esquerda).
Isso
faz com que os raios solares sejam perpendiculares a
terra e o dia e a noite tenha exatamente a mesma
duração, 12 horas. Daí o nome dado a essas datas de
Equinócio.
Todavia, devido ao tamanho da Terra e a uma ilusão de
ótica, nós vemos o Sol em cima de nós e não na nossa
frente como na figura à direita.
EQUINÓCIOS
Como não percebemos a terra girar, a impressão que temos
é que o Sol descreve uma curva elíptica
de Leste a Oeste passando bem por cima de nossas
cabeças ao meio dia, quando costumamos dizer que o ‘sol
está a pino’.
EFEITO NOS SENSORES DE IVP DE LEQUE NO EQUINÓCIO
É claro que nessas datas, os sensores de infravermelho
passivos de leque voltados para janelas posicionadas
para o Leste, poderão estar expostos aos raios do sol
quando ele nasce e começa a ‘subir’ e, portanto, os
sensores estão sujeitos a fazer disparar o alarme.
Da mesma maneira, os sensores voltados para janelas
posicionadas para o Oeste, poderão estar expostos aos
raios do sol quando ele está se pondo e, portanto estão
sujeitos também ao ‘disparo falso’.
Já, os sensores voltados para janelas posicionadas para
o Norte ou para o Sul, estarão livres de disparos falsos
nos períodos dos Equinócios.
SOLSTÍCIO DE VERÃO NO HEMISFÉRIO SUL
Mas, como a Terra não pára de oscilar para um lado e
para o outro, na sua caminhada ao redor do Sol, no dia
21 de Dezembro o Pólo Norte atingirá sua inclinação
máxima para o Oeste oferecendo todo o Hemisfério Sul aos
raios solares.
Nessa data, o Sol brilhará 24 horas por dia no Pólo Sul
e nem um segundo sequer no Pólo Norte. Assim teremos um
dia de 24 horas no Pólo Sul e uma noite de 24 horas no
Pólo Norte.
É o
chamado Solstício
de Verão no Hemisfério Sul e
Solstício de Inverno no Hemisfério Norte
É claro que isso muda o ângulo de incidência do Sol na
Terra. Agora, não irá mais existir aquele ‘Sol a pino’
em cima de nossas cabeças ao meio dia, porque ele
descreverá uma curva elíptica inclinada para o Sul,
conforme nos mostra a figura abaixo.
Esse fenômeno é bem mais acentuado nos Estados do Sul
que do Norte do Brasil os quais, por estarem mais
próximos da linha do Equador têm pouca abertura de
ângulo no vértice.
Vejamos os efeitos, nos sensores, dessa inclinação da
Terra e a conseqüente mudança no ângulo de ‘ataque’ dos
raios solares.
EFEITO NOS SENSORES DE IVP DE LEQUE NO SOLSTÍCIO DE
VERÃO NO HEMISFÉRIO SUL
Janelas voltadas para o
Sul
Os
sensores posicionados nas paredes Oeste e Oeste com
Norte poderão ser atingidos pelos raios solares no
período da manhã quando o Sol está ‘subindo’.
Os sensores
posicionados nas paredes Leste e Leste com Norte poderão
ser atingidos pelos raios solares no período da tarde
quando o Sol está se pondo.
Já, os sensores posicionados nos pilares bem de frente
para janelas ou portas de vidro (lojas) poderão ser
atingidos um pouco antes ou um pouco depois do almoço
quando o Sol está bem de frente para a janela numa
inclinação que permite aos raios penetrarem no ambiente.
Janelas voltadas para o Norte
Os sensores que estão protegendo essas janelas estão
livres dos raios do sol durante o Verão no
Hemisfério Sul.
Janelas voltadas para o Leste
Os sensores posicionados nas paredes Norte e Norte com
Oeste são os mais vulneráveis a serem atingidos pelos
raios do Sol no período da manhã.
Janelas voltadas para o Oeste
Os sensores posicionados nas paredes Norte e Norte com
Leste são os mais vulneráveis a serem atingidos pelos
raios do Sol no período da tarde.
SOLSTÍCIO DE INVERNO NO HEMISFÉRIO SUL
No dia 21 de Junho a Terra terá invertido completamente
a sua posição em relação ao Sol e o Pólo Norte atingirá
sua inclinação máxima para o Leste afastando o
Hemisfério Sul dos raios solares (por isso faz frio) e
oferecendo todo o Hemisfério Norte aos raios solares
conforme mostra a figura abaixo e a esquerda.
Nessa data, o Sol brilhará 24 horas no Pólo Norte e nem um segundo sequer
no Pólo Sul. Assim, teremos um dia de 24 horas no Pólo
Norte e uma noite de 24 horas no Pólo Sul.
É o chamado Solstício de Inverno no Hemisfério Sul e, obviamente, Solstício
de Verão no Hemisfério Norte.
No Solstício de Inverno no Hemisfério Sul, a curva
elíptica desenvolvida pelo Sol é oposta à do Verão,
conforme mostra a figura à direita.
E, apesar de o Sol continuar nascendo no Leste e se
pondo no Oeste, os 23º 30’ de retorno da inclinação ao
Equinócio de Março, mais os 23º 30’ de inclinação para o
Oeste para chegar no Solstício de Inverno no Hemisfério
Sul, produzirão 47º de diferença e isso fará o ‘Sol’
descrever uma curva elíptica caindo para o Norte ao
invés de caindo para o Sul.
Obviamente, isso inverte completamente o ângulo de
ataque dos raios solares e aqueles sensores que estavam
protegidos no verão, agora passarão a estar expostos no
inverno.
EFEITO NOS SENSORES DE IVP DE LEQUE NO SOLSTÍCIO DE
INVERNO NO HEMISFÉRIO SUL
Janelas voltadas para o Norte
Os sensores posicionados nas paredes Oeste e Oeste com
Sul poderão ser atingidos pelos raios solares no período
da manhã quando o Sol está ‘subindo’.
Os sensores posicionados nas paredes Leste e Leste com
Sul poderão ser atingidos pelos raios solares no período
da tarde quando o Sol está se pondo.
Já, os sensores posicionados nos pilares bem de frente
para janelas ou portas de vidro (lojas) poderão ser
atingidos um pouco antes ou um pouco depois do almoço
quando o Sol está bem de frente para a janela numa
inclinação que permite aos raios penetrarem no ambiente.
Janelas voltadas para o Sul
Os sensores que estão protegendo essas janelas estarão
livres dos raios do sol durante o Inverno.
Janelas voltadas para o Leste
Os sensores posicionados nas paredes Sul e Sul com Oeste
são os mais vulneráveis a serem atingidos pelos raios do
Sol no período da manhã.
Janelas voltadas para o Oeste
Os sensores posicionados nas paredes Sul e Sul com Leste
são os mais vulneráveis a serem atingidos pelos raios do
Sol no período da tarde.
RESUMO DA ÓPERA
Não importa se a janela está voltada para o Norte, para
o Sul, Leste, Oeste, Nordeste, Sudeste, Sudoeste,
Noroeste, ou para qualquer outro ponto intermediário da
rosa dos ventos, a questão é que se houver algum sensor
de infravermelho passivo de leque
focado para a janela, ele estará sujeito (em algum
período do ano) a ser atingido pelos raios do Sol.
Dessa forma, pouco irá adiantar o técnico mudar de
parede o sensor que dispara no verão, porque ele irá
disparar no inverno. Essa troca de parede não resolve o
problema em definitivo, apenas transfere o problema para
do verão para o inverno e vice-versa.
O mesmo se dá em relação ao Equinócio da Primavera e o
Equinócio do Outono. Mudar o sensor de parede é
transferir o problema para daqui a seis meses.
É aquela velha história de ‘mudar o problema de
endereço’ ou, no nosso caso, ‘tapar o sol com a
peneira’...
Portanto, nem é preciso levar uma bússola para saber
para que ponto cardeal a janela esteja voltada. Se focar
o sensor para a janela, em algum momento do ano os raios
solares o irão atingir e ele fará disparar o alarme.
A exceção seria para aquelas janelas protegidas do Sol
por obstrução física dos raios solares por alguma obra
de arte externa (edificações, marquises grandes, etc.)
ou por venezianas que vedem a entrada do Sol.
Aqui nos deparamos com um pequeno probleminha: para que
o sensor fique voltado para dentro do ambiente e não
para fora, ele precisará ser colocado ao lado da Janela
ou da Porta e, portanto, estará exposto ao vandalismo e
a sabotagem.
Para resolver esse problema, no momento, me ocorrem
algumas alternativas:
1.
Utilizar um sensor de dupla tecnologia,
infravermelho e microondas, que pode ficar posicionado
sem problema de frente para a janela. Este sensor só faz
disparar o alarme se os dois fenômenos, variação de
temperatura e de umidade, se derem simultaneamente. Ou
seja, não dispara só com os raios solares.
2.
Se a distância da janela a parede for segura (ver
manual do fabricante), utilizar um sensor infravermelho
de cortina.
3.
Utilizar dois sensores de infravermelho passivo, um
em cada lado da janela e voltados para dentro. Dessa
forma, devido ao ângulo de abertura e cobertura, um
sensor protege o outro de vandalismos.
4.
Se o ambiente permitir, utilizar um magnético na
janela e um infra-disc no teto. Posicionado a 2,4 m de
altura, projeta um cone com um diâmetro no solo de 4,8 m
conforme figura abaixo.
Todavia,
é preciso ver o manual de cada fabricante porque há
muitas variações de altura e de largura do diâmetro
final do cone no piso.
Quanto mais alto ele for instalado, maior será o
diâmetro no solo, no caso abaixo, podendo chegar a 9 m.
Também, quanto mais alto, mais difícil de ser alcançado
pelo ladrão.
Se alguém tiver alguma outra sugestão, favor me
encaminhar.
Elaborar um projeto significa passar para o papel idéias
que permitam implementar um empreendimento de forma
inteligente.
O conhecimento é o que faz a diferença. Não fosse assim,
todas as pessoas e todas as empresas seriam exatamente
iguais.
É o seu conhecimento que irá diferenciar a STV da
concorrência.
.x.x.x.x.x.x.x.x.x.
OBS - Por motivos óbvios, este material é para uso
exclusivo a serviço da STV. De acordo com a legislação
em vigor, fica proibida a reprodução parcial ou total
deste estudo, seja por qualquer meio de reprodução como,
meios gráficos, mecânicos, eletrônicos, etc. sem
anuência expressa do autor Prof. Faccin.
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