|
|
Prestamos Consultoria para todo o Brasil, Chile,
Argentina, México, Itália, Portugal e Espanha.
Entre em contato
011 3280-3386
contato@faccin.com.br
|
|
|
|
Só sabemos que ‘crise’ é
sinônimo de oportunidade - 1ª Parte
|
|
Toda crise é um fenômeno resultante
uma ampla (muito ampla) e complexa (muito
complexa) rede de causas que se manifesta sob
determinadas condições.
Dura enquanto durarem as causas e condições que
lhes dão sustentação, que por sua vez são diferentes
daquelas que lhes deram origem. E se transforma, quando
elas se transformarem.
É por isso que ninguém sabe exatamente os fatores
componentes do processo dessa crise financeira
(talvez sejam milhões e até trilhões!); ninguém sabe
exatamente os fatores desencadeantes do fenômeno; e
muito menos: ninguém tem a menor idéia de suas
conseqüências.
Portanto, não ligue para o que falam os
‘especialistas de plantão’ (qualquer um pode dar
palpite), nem para o ‘terrorismo da imprensa’
(ela vive disso) e não siga a ‘manada’ porque ela
não sabe para onde ir...
Aproveite a oportunidade porque o dinheiro não
está desaparecendo e não irá desaparecer, apenas está
mudando de mãos.
Enquanto muita gente está perdendo dinheiro, o
megainvestidor Warren Buffet (jogando o mesmo jogo)
aumentou a sua fortuna em 8 bilhões de dólares nesse
curtíssimo período de crise e aproveitou para passar o
Bill Gates, tornando-se o homem mais rico do mundo.
Agora, em toda crise financeira podemos detectar
um comportamento (equívoco indutório) que
estimula o processo e três que ampliam os seus efeitos:
inconseqüência, irresponsabilidade e comportamento de
manada.
Nesta primeira parte do artigo vamos analisar
apenas a questão do ‘equívoco indutório’.
A metáfora a seguir facilita o entendimento do
equívoco indutório a que me refiro.
O boi da raça W Agyu é alimentado diariamente na
sua dieta com cerveja, recebe sessões diárias de
massagem para amaciar sua carne e ouve música clássica
diariamente para não se estressar e não enrijecer os
seus músculos.
Ao ser tratado diariamente dessa forma
(cervejinha, massagem oriental, música erudita, etc.),
o pobre do boi supõe que a regra da vida é ser
alimentado e tratado com muito carinho e dignidade pelos
membros amigáveis da raça humana que ‘zelam pela sua
vida’. Até que, por volta do milésimo dia, ... pimba!
Os muy amigos hermanos da raça humana
cortam o seu pescoço, o esquartejam e vendem sua carne
por 1.000 dólares o quilo! Vendem sua pele, seus ossos,
seus dentes, suas vísceras, seu casco, e até mesmo os
seus pobres cornos...
Agora que já vimos o exemplo do boi, vejamos o
exemplo dos homens.
Cada real investido em ações da Cia. Vale do Rio
Doce em novembro de 2006 se transformou em dois reais e
trinta centavos em outubro de 2007. Nada mal...
Ultimamente, nos EUA, o melhor negócio do mundo
era investir em imóveis. Comprava-se por cem e, um ou
dois anos depois, vendia-se por cento e cinqüenta.
E o que falar do Petróleo? Há poucos meses atrás
a especulação fez seu preço dobrar nas bolsas
internacionais.
Ah, mas ainda tinham as commodities agrícolas!
Os países emergentes promoveram grandes
contingentes de pobres para o estrato da classe média e
essa turma começou a comer como nunca. Logo, iria faltar
comida e os preços iriam explodir. Se é assim, o negócio
era investir no mercado futuro dessas commodities...
Como o dólar estava derretendo a cada dia... O
negócio era se endividar em dólar e ter o seu valor da
dívida em real reduzida no futuro. Fantástico!
Apenas com base na observação empírica e diária
dos fatos, o boi não teria como saber que a mão que o
alimentava, com tanto carinho e dedicação, seria a mesma
que iria ‘cortar-lhe o pescoço’.
A sua degolação fora totalmente imprevisível,
porque o conhecimento que ele acumulara durante toda a
sua vida não contemplava essa experiência.
Assim, como ele poderia prever o futuro com base
no conhecimento que ele adquirira no passado? Como ele
poderia imaginar o que o aguardava amanhã, a partir do
que acontecera no passado?
No mundo dos homens, praticamente todos os
eventos catastróficos (aqueles que mudam a história)
também não são previsíveis e portanto também somos pegos
de surpresa como o pobre do boi.
Veja o exemplo das torres gêmeas de Nova Iorque.
Quem poderia imaginar que algo daquela natureza pudesse
acontecer? Os que estavam no local foram surpreendidos
da mesma forma que o nosso amigo boi.
E quem poderia imaginar que a 2ª guerra mundial
iria matar algo em torno de 60 milhões de pessoas?
Os exemplos são inúmeros. Aliás, todos os que
mudaram os rumos da história.
Todavia, há catástrofes, como essa que estamos
vivenciando neste momento, que não só são perfeitamente
previsíveis por qualquer pessoa medianamente
inteligente, como também foram amplamente previstas e
divulgadas.
A questão é que mesmo sendo prevista e fartamente
propalada, ninguém fez nada para mudar o rumo das
coisas. Tanto os governantes, como os agentes econômicos
seguiram a manada rumo ao precipício.
Então, a pergunta que fica é: porque os
governantes não fizeram nada para evitar o caos?
A resposta é: questões de ordem política por
parte do governo e de hipocrisia por parte dos
contribuintes.
Se o governo tentasse intervir para evitar o
caos, antes de ele se dar, os contribuintes não
iriam permitir que seu dinheiro fosse usado para salvar
‘empresas irresponsáveis’ (como se os milhões de
americanos que compartilharam dessa tramóia fossem
responsáveis...)
Mas, depois do caos, tudo bem, porque aí não se
tratava mais de salvar as empresas dos desonestos
incompetentes, mas a própria pele.
Mais uma pergunta: porque os dirigentes dessas
organizações, que estavam vendo o precipício se
aproximar, não fizeram nada para tentar mudar o rumo das
coisas?
A questão é que depois que eles entraram na
roda-viva e ela atingiu certa magnitude, não tinham mais
como fazer a roda parar ou mesmo sair dela sob pena de
quebra. Então, o negócio era seguir adiante até a bolha
estourar por si só.
E porque os investidores, percebendo o perigo que
se aproximava, não pularam fora?
Aqui podemos observar claramente o fenômeno do
equívoco indutório. O indivíduo ganha fazendo algo
arriscado e não acontece nada. Então ele se anima e
repete a dose uma segunda vez, uma terceira vez, e segue
se arriscando ene vezes, até que um belo dia, pimba! Lhe
cortam o pescoço e lhe escalpam a pele...
O maior problema é que a cada vez que o mesmo
fenômeno se repete e nada acontece, mais cresce a
confiança do aventureiro de que aquilo irá continuar
acontecendo exatamente daquela mesma maneira, apesar de
a tragédia ser cada vez mais iminente.
Agora, veja a ironia desse processo: de um lado a
sensação de segurança vai crescendo a cada dia que não
acontece nada de ruim e de outro lado o risco também vai
crescendo a cada dia que o fenômeno está sendo
alimentado e crescendo.
Dessa forma, a sensação de segurança atingirá o
ponto máximo quando o risco também estiver no ponto mais
alto!
Foi por esse motivo que nesta crise, empresas do
porte da Votorantim, Aracruz, Sadia, etc. perderam,
respectivamente, 2,2 bilhões, 1,9 bilhão e 750 milhões,
apostando (inconcebivelmente) na continuidade da
queda do dólar.
Agora, atente para um detalhe interessante: ‘o
método científico implica, exatamente, na
teorização do aprendizado feito a partir da observação
empírica, sistemática e exaustiva da repetição dos
fenômenos.
Todavia, como diz o Nassim Taleb, confundir uma
observação inocente do passado com algo definitivo ou
representativo do futuro é a única causa da incapacidade
de prever e compreender o que virá pela frente.
O problema é ainda mais geral porque atinge a
natureza do próprio conhecimento empírico. Veja, algo
funciona bem até que inesperadamente deixa de funcionar.
Observe que diante do impacto do fato inesperado,
o que aprendemos no passado revela-se, na melhor das
hipóteses, como irrelevante ou falso, e na pior das
hipóteses, perversamente enganador.
É por esse motivo também que a cada ano muitas
empresas quebram inesperadamente. Elas simplesmente
apostam que o futuro será uma continuação do passado
(equívoco indutório).
Elas vendem seus produtos e serviços por um preço
incompatível com o custo para ‘vencer a concorrência’.
Depois, aprendem e se acostumam a driblar os
problemas financeiros, tributários e trabalhistas e se
sentem seguras com a repetição dessa prática, perdendo a
percepção de que, quanto mais confiantes se sentem com a
repetição dessa prática, mais próximas estão do risco de
morte.
No próximo capítulo abordaremos a questão da
inconseqüência, irresponsabilidade e comportamento de
manada
Até lá, aconselhamos a não dar ouvido para os
especialistas palpiteiros; a não dar bola para o
terrorismo da imprensa; a não seguir a manada e fazer o
que toda empresa precisa fazer em qualquer época,
independentemente de ela ser de prosperidade ou de
crise: ‘dedicar-se de corpo e alma a cada minuto
de sua atividade profissional, à tarefa de conquistar
novos clientes e de manter os clientes conquistados’.
Se sentir que precisa de ajuda para montar uma
sólida estrutura de ‘conquista e manutenção de
clientes’, não hesite: entre em contato conosco o mais
rápido possível porque neste exato momento o dinheiro
está mudando de mãos e talvez tenha chegado a
oportunidade que você tanto esperava para ganhar muito
dinheiro!
Prof.
Faccin
|
|
|
|
|
|
|