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A difícil arte de apresentar
e avaliar uma boa idéia
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por Gisela Kassoy*
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Não há idéia completamente
descartável, assim como não há uma proposta 100%
perfeita. Tanto as pessoas que querem apresentar suas
idéias quanto aquelas que vão julgá-las precisam
livrar-se do mito de que uma boa idéia nasce perfeita.
Portanto, apresentar, avaliar ou modificar idéias é uma
tarefa que requer tanta ou mais habilidade do que
criá-las.
Imagine a seguinte cena: um funcionário encaminha ao chefe
uma idéia para o lançamento de um produto que, na
opinião dele, irá revolucionar o mercado. Dedicou horas
e mais horas de seu tempo livre para o estudo de
viabilidade de seu projeto. Atente para o detalhe de que
ele tomou a iniciativa, e em nenhum momento foi
convocado para isso. Ele achou que de alguma forma
poderia contribuir para a empresa. Pois bem, ao entregar
a proposta, o seu chefe direto não dá a mínima
importância e apenas responde: estamos em época de
redução de custos e não de investimentos.
Resultado: decepcionado, o funcionário sai da sala
prometendo a si mesmo nunca mais contribuir em nada para
a empresa. E, na maioria das vezes, acaba rotulando o
chefe de pessimista, sem visão de futuro, autoritário e
até invejoso.
Esta história poderia ter tido um final feliz? Vejamos:
Em primeiro lugar, não houve alinhamento entre o foco da
empresa naquele momento e a percepção do funcionário.
Caso ele estivesse mais focado na redução de custos,
provavelmente teria tido idéias para esse fim.
Eventualmente, a idéia dele poderia ser uma oportunidade
imperdível. Seu chefe poderia sugerir que ele aguardasse
o momento adequado, o que, aliás, o próprio funcionário
também poderá fazer. Isto se a resistência do chefe for
objetivas: ao expor ou avaliar uma idéia, as pessoas
podem promover um diálogo interno e checar a origem de
suas resistências contra ela. E, quem apresentou a
idéia, pode procurar entender o tipo de resistência que
a pessoa está oferecendo.
Quem apresentou a idéia pode refazer sua tática de
apresentação: apresentei a idéia no momento e local
certo? Havia condições para o chefe me ouvir? A idéia
foi bem apresentada?
Quem ouviu a idéia pela primeira vez pode se perguntar se
estava aberto para o novo, se não deveria dedicar algum
momento para a análise da idéia.
Mas ainda há esperança: se nada se perde, tudo se
transforma, porque não adequar a idéia ao momento da
empresa? Se os custos de implementação são altos, usemos
a criatividade para diminuí-los ou achar financiamentos.
Se a idéia é ambiciosa, podemos reduzi-la.
Estes foram exemplos corriqueiros da administração de uma
idéia inicial, mas basta lembrar que toda idéia tem em
si algum potencial a ser aproveitado, que uma nova e boa
idéia sempre poderá surgir. Afinal, esta não é a
história do post-it (a cola que não colava)? e da
Coca-Cola (que também era remédio)?
Consumidores e clientes estão sempre atrás de novidades.
Portanto, é preciso criá-las. Consumidores e clientes
também estão atrás de um bom custo-benefício, serviços
interessantes, um algo mais. Assim, as empresas são
forçadas a viver em constante mutação. É preciso ser
pioneiro, arriscar e ser movido a sonhos. Mas também é
preciso saber apresentar, avaliar e adaptar idéias.
* Gisela Kassoy é colunista do Empregos.com.br, formada em
Comunicação Social e em Metodologia do Ensino da
Criatividade pela Creative Education Foundation da
Universidade de Nova Iorque. Atua com consultoria,
seminários e palestras sobre Criatividade, Inovação e
Transformações Organizacionais.
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