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Currículos em vídeo se tornam cada vez mais populares no Estados Unidos

Kate Hilpern, THE GUARDIAN

Estar com má aparência não costuma ser a preocupação mais urgente quando você monta seu currículo. Mas não descarte a escova ainda - quando se trata de impressionar os empregadores, aquele horário de emergência no cabeleireiro poderá em breve ser tão importante quanto preencher os buracos em seu histórico de empregos.

Os currículos em vídeo já se tornam populares nos Estados Unidos. E, como a maioria das tendências do mercado de trabalho americano, provavelmente é só questão de tempo até que isso vire norma também em outros países.

Quatro em cada cinco empregadores americanos se dizem dispostos a ver currículos em vídeo, segundo uma pesquisa da empresa de informações sobre carreira Vault.com. Aparentemente, os chefes gostam da chance de avaliar a apresentação e o comportamento de um candidato, ter uma impressão melhor de sua experiência de trabalho e conferir sua maneira de falar. Mais da metade dos empregadores disseram acreditar que o currículo em vídeo logo se tornará popular.

Recrutadores na Grã-Bretanha também estão entusiasmados. “Esperamos que os candidatos apareçam com maneiras criativas de se vender”, diz Peter Davies, diretor da RMS PR. “As pessoas precisam oferecer algo melhor que duas páginas sobre suas qualificações e supostas realizações.”

Algumas empresas britânicas recebem esse tipo de currículo há anos. “Adoramos isso, pois vemos as habilidades mais sutis das pessoas logo no início do recrutamento”, diz Jason Atkinson, diretor da companhia de administração Russam GMS. O número de empresas que oferecem o serviço de produzir o currículo em vídeo (por um preço a partir de US$ 20) também cresce rapidamente.

Mas o que torna um vídeo vitorioso e o que não funciona? Aleksey Vayner sabe muito bem. Estudante na Universidade de Yale, ele se tornou motivo de riso depois que um currículo em vídeo involuntariamente hilário, enviado a um empregador, foi passado para centenas de pessoas e ficou famoso no YouTube. Seu currículo de sete minutos (que parece, aliás, ter cinco minutos em excesso), começa com o candidato se apresentando como “um modelo de sucesso para todos” e depois o mostra explicando seus poderes de cura e quebrando tijolos com um golpe.

Peter Griffin, diretor da TalkingCV, defende a abordagem mais conservadora: sentar-se diante da câmera e pronunciar algumas frases sobre suas realizações - talvez intercaladas com algumas cenas para ilustrá-las.

Mas nem todos estão otimistas com a tendência dos currículos em vídeo. David Clubb, diretor da Office Angels, se diz preocupado com as mentiras. “Basta assistir a O Aprendiz para ver como as pessoas parecem à vontade dizendo as mentiras mais ultrajantes para a câmera.”

 

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