|
|
Prestamos Consultoria para todo o Brasil, Chile,
Argentina, México, Itália, Portugal e Espanha.
Entre em contato
011 4666-7845 e 9154-9354
contato@faccin.com.br
|
|
|
|
O fim dos jargões
|
|
Consultores e empresas
como a Gerdau Açominas combatem a linguagem enrolada dos
executivos
Ana Paula Lacerda com a colaboração de
Marianna Aragão
Toda corporação estuda a adoção de mudanças de
paradigma voltadas para resultados a fim de
transformar-se, no menor tempo possível, em um centro de
excelência no oferecimento de soluções.
O parágrafo acima - talvez o mais chato do jornal
de hoje - não é incomum nas apresentações e informativos
da comunicação interna das empresas. 'Todos os
executivos estão cansados de ler as mesmas palavras
sempre, e ainda assim elas continuam a ser usadas em
relatórios e apresentações', critica o consultor da
Deloitte Consulting americana, Jon Warshawsky. 'O
problema é que muitos executivos pensam que utilizar
expressões como 'mudança de paradigma' valoriza suas
frases. Na verdade, só as torna piores. Afinal, a teoria
de Darwin foi uma mudança de paradigma, mas um novo
serviço para folhas de pagamento certamente não é.'
Segundo Warshawsky, uma comunicação mais clara
passa uma imagem melhor da empresa para os funcionários
e - principalmente - para os consumidores. Ele cita,
como exemplo de falta de objetividade, a carta enviada
pela Enron a seus acionistas no fim de 2001, auge da
crise. 'Era ilegível, tantos eram os jargões. Todos
perceberam que havia algo errado por trás daquele
blablablá.' No outro extremo, ele cita a Apple e seu CEO
Steve Jobs. 'Ele é claro quando fala dos produtos, e
ficou muito rico. Boa comunicação se reflete nas
vendas.'
Uma pesquisa realizada pela Deloitte americana em
2003 apresentou a clientes de lanchonetes nos EUA dois
textos corporativos, um com jargões e outro sem.
Pesquisados sobre a impressão que tiveram das empresas,
a que usava jargões foi qualificada como não-confiável.
A outra, como amigável.
Com o objetivo de aproximar a gerência do 'chão
de fábrica', a brasileira Gerdau Açominas mudou seu
sistema de comunicação interna há sete anos. Segundo o
vice-presidente, Luiz André Rico Vicente, uma das
principais preocupações da companhia foi transmitir as
informações numa linguagem clara, que atingisse todos os
funcionários. 'Trabalhamos com oito mil pessoas, de
diferentes níveis de escolaridade', explica Vicente.
'Por isso, todo o nosso material foi adaptado ao
entendimento de todos, desde o porteiro até os altos
gerentes.'
Segundo Vicente, a estratégia de comunicação
interna colaborou para os resultados financeiros da
empresa, positivos desde 1997. Ele acredita que a
divulgação das metas estimula o empenho dos empregados
no trabalho, aumentando eficiência e produtividade.
A Symnetics, consultoria que auxiliou a Gerdau
Açominas em suas estratégias de gestão, defende que é
importante manter toda a equipe informada com clareza.
'Isto torna muito mais fácil atingir as metas, pois
todos sabem o que é pra fazer', explica Fanny Schwarz,
presidente da Symnetics no Brasil. 'Além disso, um
analista e fundos de investimentos estão mais
interessados nas empresas que conseguem relatar
claramente seus resultados, sem enrolação.'
ATRIBUTOS
A diretora do Career Center, Simone Lasagno, tem
opinião semelhante. Especialista em transição de
carreira, Simone afirma que a boa comunicação está
ligada a dois outros atributos que auxiliam muito no
desenvolvimento do executivo: criação de relacionamentos
e persuasão. 'Dificilmente uma pessoa que se comunica
bem tem dificuldades nestas áreas.'
Mas para aqueles que pronunciam 'transferência de
capacitação' e 'reengenharia' a cada dez palavras, há
solução. 'Existem treinamentos formais par uma melhor
comunicação, testes de avaliação de competência, e
claro, a iniciativa própria de mudar.'
PIORES JARGÕES
Em seu livro Por que as pessoas de negócios falam
como idiotas?, Jon Warshawsky cita as piores expressões
utilizadas na comunicação corporativa. Abaixo, alguns
exemplos:
Mudança de paradigma: Se a novidade não
for importante
como as descobertas de Copérnico sobre o sistema
solar, não é uma verdadeira mudança de paradigma.
Voltado para resultados: Expressão inútil,
por ser óbvia. Nenhuma empresa realiza projetos por puro
prazer.
Classe mundial: Se algum produto precisa
alardear que é
de classe mundial, provavelmente não o é.
Extensível: Dá ao projeto a impressão de
que deve ser útil no futuro, mas não se sabe para quê.
|
|
|