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60 novos servidores federais foram contratados por dia
durante os sete anos do governo Lula |
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Esse é o ritmo de contratação de
funcionários federais dos três poderes nos sete anos de
governo Lula, período em que o gasto com a folha subiu
54%
Giuliano Guandalini para a revista Veja
Quando assumiu o governo, em 2003, Lula herdou um
quadro que totalizava 884 000 servidores federais.
Agora, o total na ativa dos três poderes – Executivo,
tanto civis como militares, Judiciário e Legislativo –
já passa de 1
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milhão. Em
sete anos, o efetivo foi inchado em 153 000 pessoas,
gente suficiente para lotar dois Maracanãs, no atual
limite de capacidade do estádio carioca. Desde a
redemocratização, não houve governante que
contratasse pessoal nesse ritmo. Ocorreu um avanço
de 17%, num período em que a população do país
cresceu 12%. Reverteram-se, assim, os esforços,
ainda que tíbios, |
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de governos anteriores para tornar a
máquina pública mais enxuta.
Ao mesmo tempo em que acelerou as contratações, a equipe
de Lula concedeu reajustes acima da inflação. Essa
política, cujo intuito ideológico expresso foi
fortalecer o estado, resultou na elevação de 54% nas
despesas totais com a folha do funcionalismo – um
aumento que supera, em termos relativos, qualquer
indicador econômico acumulado no período. Sustentar 1
milhão de funcionários federais custa aos brasileiros
que pagam impostos 100 bilhões de reais por ano. São 100
000 reais por ano para cada servidor, o que resulta em
um salário mensal médio de 8 300 reais – valor superior
ao pago a funcionários de qualquer setor produtivo
privado. Segundo números do economista Nelson Marconi,
da Fundação Getulio Vargas, os servidores federais
recebem hoje, em média, o dobro do que ganham
trabalhadores em funções semelhantes no setor privado.
A generosidade do governo como patrão reflete, de um
lado, o poder de barganha que as burocracias estatais
ganharam no governo Lula – majoritariamente apoiado por
elas. Reflete também a capacidade de Brasília se
comportar como uma ilha da fantasia cujo único contato
com o país real se dá pela ganância na arrecadação dos
impostos.
Os brasileiros trabalham cinco meses por ano apenas para
pagar os impostos que sustentam os habitantes da
Brasília da Fantasia. Lembrados na hora de pagar
tributos, esquecidos no momento em que se decide como
gastá-los e enganados nas eleições, os brasileiros são
reféns da imensa burocracia estatal que sustentam.
A ninguém de bom senso ocorre a ideia de que um
país moderno, com invejáveis avanços recentes no campo
da racionalidade econômica e da mobilidade social, possa
prescindir de um serviço público encorpado e bem
remunerado. Como observa a Carta ao Leitor desta edição,
insustentável é o fato de a burocracia estatal aumentar
e enriquecer mais rapidamente do que o país de pagadores
de impostos que lhe dá sustentação. Isso revela
desequilíbrio, fruto do arbítrio e de uma visão de mundo
ruinosa que espera do estado a energia
desenvolvimentista do país. "Quem desenvolve um país é a
iniciativa privada", ensina o economista Delfim Netto.
Os governos que se iludem com a ideia contrária acabam
por atrasar o desenvolvimento que tanto almejam.
Felizmente para os brasileiros, o desequilíbrio
na esfera federal tem encontrado contrapontos
estimulantes em alguns estados da federação. A adoção de
políticas de remuneração pelo mérito e a gestão
criteriosa dos recursos com a determinação de não se
gastar mais do que se arrecada são uma combinação que
tem dado resultados extraordinários em Minas Gerais, São
Paulo, Sergipe, Pernambuco – e começa a dá-los, ainda
timidamente, no Rio Grande do Sul e na Bahia. O aspecto
mais instigante das gestões racionais desses estados é a
clara aprovação dos eleitores. Que isso sirva de norte
nas eleições deste ano. |
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