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Como ganhar dinheiro no meio dessa ‘Guerra de Preços’ (Parte 6)

 

 

“As melhores oportunidades, geralmente estão embutidas nos problemas insolúveis”
Excerto Amorc
 

Vendo a coisa por esse ângulo, conclui-se que a empresa que aceita fazer qualquer coisa que os clientes querem, não pode dizer que tem uma estratégia definida.

Da mesma maneira, a empresa que quer todo tipo de cliente, também não pode dizer que tem uma estratégia definida.

É por esse motivo que a empresa que tem uma estrutura de marketing e vendas principalmente reativa, baseada mais para atender aos chamados telefônicos de clientes pedindo orçamentos, também não pode dizer que tem uma estratégia de marketing definida.
Afinal, qualquer tipo de cliente pode chamar pedindo um orçamento. E o que é pior: a maioria dos que chamam geralmente não se enquadra na estratégia da empresa ou não são aptos a comprar exatamente aquilo que a empresa quer fornecer. A maioria quer algo que a empresa, não quer, ou não pode fornecer. São clientes sem perfil para a estratégia da empresa.

Agora, toda vez que o vendedor vai atender a um chamado, ele quer vender. Isso é normal. Afinal ele é vendedor e todo vendedor que se preza nutre seu entusiasmo com os pedidos que tira. Pedir para ele não vender seria um contra-senso. Seria o mesmo que pedir para um centro-avante não marcar um gol...

Dessa forma, ao visitar clientes sem perfil para a estratégia da empresa, a equipe de vendas é pressionada por esses clientes, a fazer e a vender o que eles (clientes) querem comprar, e pelo preço que eles querem pagar.

A pressão do mercado sobre o pessoal da área comercial é sempre muito grande e forte.
De um lado os clientes pressionam para que os vendedores façam o que eles querem. De outro, a concorrência, ao fazer o que os clientes querem, também pressiona a equipe de vendas e a encurrala.

O resultado é que os vendedores não resistem e transferem essa pressão toda para os donos das empresas que, ao verem as vendas em baixa, também acabam sucumbindo e fazendo o que o mercado quer.

Nessa altura, a estratégia da empresa já foi para o espaço há muito tempo.

Para fugir da pressão do mercado, da equipe de vendas e conseqüentemente da guerra de preços, a empresa precisa, além de fazer diferente, algo que todo mundo faz, também precisa montar uma estrutura de marketing e vendas pró-ativa e prospectiva.

Para ser bem sucedida na criação de diferenciais, uma estratégia de marketing precisa seguir algumas etapas importantes do processo.

Regra dos 12 passos do Prof. Faccin:

          1. Detectar na base de clientes e no mercado, problemas complementares efetivamente relevantes, preferentemente, ainda não detectados por ninguém. Mas, se não os conseguir, serve aqueles complementares efetivamente relevantes já detectados, porém ainda não resolvidos ou mal resolvidos pela concorrência;
          2. Criar uma solução à medida para esses problemas complementares efetivamente relevantes na forma de atributos agregados, a preços compatíveis (boa relação custo/benefício);
          3. Localizar o maior número possível de clientes que possuam o mesmo tipo de problema complementar;
          4. Localizar o decisor em cada cliente;
          5. Descobrir os caminhos que precisam ser trilhados para se conseguir chegar até a presença deles (pessoal e impessoalmente);
          6. Desenvolver argumentos convincentes e capazes de motivar os decisores a quererem resolver os problemas;
          7. Definir a mensagem a ser enviada ao mercado (pessoal e impessoalmente);
          8. Estabelecer a estratégia e a logística da ação a ser desenvolvida;
          9. Recrutar, selecionar e treinar as pessoas que irão executar essa tarefa;
         10. Controlar a implementação;
         11. Agir rápida e precisamente, porque a concorrência logo imita; e
         12. Controlar os resultados.
 
Obviamente, os passos 1 e 2 são os mais importantes porque eles definem ‘o quê fazer’ (produto/serviço). Os demais estão relacionados ao ‘como fazer’ (processo).

Se a empresa acertar o alvo (o quê fazer), mesmo que os demais passos (como fazer) não sejam lá muito bem dados, ainda assim ela terá grande chance de ganhar dinheiro.

Mas, se ela errar o alvo, por mais bem dado que sejam os demais passos (processo racional), as chances de ganhar dinheiro são bastante remotas.

A seguir apresento um exemplo bem simples de agregação de custos que se transformaram em valor para os clientes, porque eles resolveram problemas complementares dos clientes.

Antigamente, a ‘oferta básica’ do frango era a ‘ave viva’. O ‘custo agregado’ era apenas o da criação.

A dona de casa agregava a esse custo o seu trabalho de matar o frango, depená-lo com água fervente, retirar as vísceras, temperá-lo e cozinhá-lo.

Os frigoríficos perceberam que as donas de casa tinham uma necessidade complementar com a compra do frango in natura (oferta básica) e dessa forma entenderam que poderiam fazer esse trabalho para a dona de casa e cobrar por ele.

Assim, ao distribuir os frangos limpos congelados nos supermercados, os frigoríficos agregaram um custo a oferta básica do frango in natura.

Embora ainda se venda a ave viva nas periferias, as Donas de Casa nas cidades preferem pagar aos frigoríficos por esse custo agregado por entenderem que ele tem valor para elas, pois lhes permitem usar o tempo em coisas mais produtivas ou terem mais conforto.
Perceba que esse diferencial resolveu um problema complementar relevante das donas de casa ocupadas das cidades. Por isso, elas aceitaram pagar um preço adicional pelo frango congelado.

Mas, como tudo nesse mundo se copia, logo surgiram inúmeros frigoríficos vendendo frango congelado em grande escala e tornando essa atividade uma autêntica commodity onde o preço é determinado pelo mercado.

Assim, algum frigorífico, tentando se diferenciar, percebeu que alguns consumidores têm preferência por determinadas partes do frango (uma necessidade complementar). Então teve a idéia de diferenciar um pouco mais o seu frango congelado, passando a cortá-lo em pedaços para oferecer ao público apenas as partes que ele gostar.

Logicamente, isso agrega mais custos, mas como tem muitos consumidores que preferem apenas determinadas partes do frango, aceitam pagar mais por esse diferencial agregado.
Ou seja, esse custo adicional agregado também se transformou em valor para um determinado nicho de mercado.

 
Igual, cortar o frango em partes não requer muita habilidade, por isso logo todos os frigoríficos começaram a imitar o iniciador, tornando as partes congelados também uma commodity onde o preço não pode variar muito.

Então, algum frigorífico, querendo diferenciar seu produto, percebeu que temperar o frango dá um certo trabalho para a dona de casa e aquelas que trabalham fora não têm muito tempo para essa tarefa. Ademais, muitas não são lá muito dotadas nas artes culinárias e têm dificuldades para fazer um tempero saboroso.

Ou seja, algum frigorífico detectou uma necessidade complementar e conseqüentemente, teve a idéia de satisfazer a essa necessidade complementar e passou a temperar as partes congeladas.

Isso, obviamente, resultou num custo agregado, mas se transformou em valor para muitas donas de casa. Por isso, elas aceitam pagar um preço adicional por esse diferencial.
 
Só que aqui, temos um elemento novo: o ‘sabor do tempero’. Assim, se o cliente gosta do tempero de uma determinada marca, aceita até pagar um pouquinho a mais por ele.

Na realidade, o ‘sabor’, passou a ser um diferencial importante, porque é intangível e difícil de imitar.

Para se chegar a um determinado sabor que atraia o paladar humano é preciso muita pesquisa laboratorial com mistura de várias essências em proporções não reveladas pelas empresas (a fórmula da Coca-Cola é um dos segredos mais bem guardados do mundo...).

Mas, isso ainda não é tudo. Alguns frigoríficos e rotisserias, inclusive do Supermercado Pão de Açúcar, ao perceberem que as donas de casa modernas são muito ocupadas e que não têm muito tempo para cozinhar, passaram a oferecer pratos prontos de frango, congelados e não.

Como esse custo adicional se transformou num valor adicional para as donas de casa (basta aquecer e comer), muitas pagam por ele e algumas, até com muito prazer...
E, devido a que as receitas são exclusivas e o sabor é único, quem gosta, aceita pagar mais caro pelo prato, feito do jeito que ele gosta.

É por isso que a empresa que tiver a felicidade de criar um diferencial intangível e por isso, difícil de imitar, poderá ter uma vantagem competitiva muito grande.

Agora, se você acha que não tem mais o que diferenciar no seu produto ou serviço, veja o que o criador de frangos Frank Perdue disse, depois que decidiu criar frangos mais macios.

“Um homem tem que ser duro para criar um frango macio”, dizia ele em seus anúncios na TV.

Hoje o frango da marca Perdue tem 30% de participação de mercado na Costa Leste dos Estados Unidos e custa 10% mais caro que frangos sem marca.

Conclusão de Perdue: “Se você consegue diferenciar uma galinha morta, você pode diferenciar qualquer coisa”...

Como se vê, toda necessidade básica sempre tem algumas outras necessidades complementares e relevantes associadas à ela.

A tarefa do estrategista é descobrir quais são essas necessidades complementares e relevantes e agregar atributos ao produto ou serviço, ou mesmo criar produtos e serviços complementares que satisfaçam a essas necessidades.

Quem conseguir isso estará com a faca e o queijo na mão.

No próximo e último capítulo desta série vamos abordar o tema INOVAÇÃO.

Até lá, se você sentir que precisa de ajuda para: descobrir necessidades complementares relevantes no mercado; e/ou para desenvolver um diferencial relevante para os seus produtos e serviços, que realmente se transforme em valor para os seus clientes, consulte-nos sem compromisso.

Consultoria é para isso mesmo: ‘ajudar as empresas a resolverem problemas inusitados.

Prof. Faccin

 
 
 

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