O que vale é o padrinho
Gestores indicados meramente
por ligações políticas e até profissionais investigados
por corrupção ocupam postos-chave de órgãos responsáveis
pelo transpor-te aéreo e por outros setores da
infra-estrutura
Waldir Pires, ministro da Defesa
Amigo pessoal de Lula, é ministro da Defesa desde março
de 2006.Já foi governador da Bahia e ministro da
Previdência. Incapaz de tomar medidas objetivas, disse
não ser de sua competência resolver o caos do setor
José Carlos Pereira, presidente da Infraero
Brigadeiro da Aeronáutica, Pereira foi indicado para o
posto por Lula há dois anos. Manteve diretores acusados
de corrupção e a prioridade de ampliação das áreas de
passageiros nos aeroportos, antes das reformas das
pistas
Milton Zuanazzi, diretor-geral da Anac
Sociólogo petista, Zuanazzi foi secretário nacional de
Políticas de Turismo quando o ministro era Walfrido dos
Mares Guia. Tornou-se o primeiro titular da Agência
Nacional de Aviação Civil indicado por Mares Guia
Leur Lomanto, diretor da Anac
Foi deputado federal pela Bahia por sete mandatos
consecutivos e relator do projeto de lei que criou a
Anac. Na última eleição, não conseguiu se reeleger e
acabou sendo indicado pelo PMDB para a diretoria da
agência
Denise Abreu, diretora da Anac
Advogada paulista, foi indicada pelo ex-ministro José
Dirceu. No primeiro mandato de Lula,Denise era subchefe
adjunta de assuntos jurídicos da Casa Civil da
Presidência da República, então ocupada por Dirceu
Mauro Barbosa, presidente do Dnit
- Departamento
Nacional de Infra-Estrutura de Transportes
Indicado pelo ex-líder do Paraná na Câmara Sandro Mabel
e pelo ex-senador por Goiás Maguito Vilela, Barbosa é
citado nas investigações que a Polícia Federal faz sobre
o escândalo da construtora Gautama
Haroldo Lima, presidente da ANP
Escolhido pelo próprio Lula, o ex-deputado pela Bahia
Lima preside a Agência Nacional do Petróleo desde
janeiro de 2004. Exerceu cinco mandatos consecutivos na
Câmara, chegando a ser líder do PCdoB
A causa do enfarte da infraestrutura nacional está na
incapacidade -- ou no desinteresse -- do governo em
colocar profissionais experientes e capacitados no
comando da máquina.
Postos estratégicos foram loteados de acordo com
conveniências políticas. Só podia dar errado.
Existem hoje no governo federal 23.000 cargos de
confiança -- 2 064 deles criados na atual gestão.
O governo americano destina 3 000 vagas para gente fora
da carreira. O inglês, apenas 120. A mensagem que
ingleses, americanos e tantos outros parecem |