emitir aos brasileiros é que a
profissionalização é a única maneira de resguardar os
serviços públicos da sanha da classe política.
Por aqui, a falta de preparo de muitos quadros tem sido
fonte de freqüentes erros de gestão e atrasos em
decisões de vital interesse nacional, para não citar os
incontáveis casos em que os escolhidos acabam
protagonistas de escândalos de corrupção.
No setor de transporte aéreo -- uma área técnica por
natureza --, a lista de gestores questionáveis começa
pelo ministro da Defesa, Waldir Pires, há meses perdido
em meio ao caos, e estende-se aos diretores da Infraero,
a estatal responsável pela administração e manutenção
dos aeroportos, e da Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac), criada há pouco mais de um ano para regular e
fiscalizar o setor.
Entregue ao sociólogo petista Milton Zuanazzi, com
experiência anterior na área de turismo, a Anac
representa o que de pior há em matéria de órgão
regulador no país. Simplesmente porque não regula nada.
Seu diretor geral foi escolhido apenas por conveniências
políticas -- Zuanazzi foi indicado pelo ministro
Walfrido dos Mares Guia, de Relações Institucionais.
A agência tem se mostrado inoperante em meio à crise e é
acusada de curvar-se aos interesses das companhias
aéreas que deveria fiscalizar. Contrariando as opiniões
técnicas, que pedem um gradual esvaziamento de
Congonhas, a agência acatou a sugestão das empresas
aéreas para aumentar o tráfego no aeroporto,
recentemente ampliado.
Avisos ignorados
As autoridades brasileiras especializaram-se no “deixa
como está para ver como é que fica” em diversas
situações de risco iminente para a economia e para a
população. Alguns exemplos:
Ataques do PCC
Em maio de 2006, a organização criminosa parou São Paulo
com uma seqüência de mais de 250 ataques terroristas. Em
dois dias, os bandidos assassinaram policiais e civis e
atacaram agências bancárias, supermercados e ônibus. Em
2003, o grupo já havia lançado mais de 30 ataques contra
policiais na capital e no inte-rior paulista e na
Baixada Santista. Na época, o governo paulista reagiu,
mas depois relaxou e o grupo se fortaleceu novamente
Febre aftosa
A descoberta de um foco de febre aftosa em Mato Grosso
do Sul, em outubro de 2005, provocou o embargo de mais
de 50 países à carne brasileira. O setor alertava para
os riscos de contaminação, um deles por meio de gado
contrabandeado do Paraguai
Apagão de 2001
Apesar dos relatórios de especialistas do setor
apontando o risco, o governo ignorou a iminência de um
apagão no abastecimento de energia elétrica em 2001. O
resultado foi que o país teve de enfrentar racionamento
no consumo de energia.As empresas tiveram de cancelar
investimentos e o crescimento da economia foi freado
Nacionalização na Bolívia |